Supermercados tentam renegociar contratos com produtores

A cadeia de supermercados não comenta, mas Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca diz que são consequências das campanhas de mega-desconto.

A Centromarca - Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca garante que o Pingo Doce contactou, nas últimas semanas, muitos produtores para pedir comparticipações em dinheiro para pagar campanhas especiais ou promoções.

A renegociação de contratos e um aumento de 2 a 3,5% nas margens do supermercado foram outros dos pedidos feitos, acrescentou o presidente da Centromarca.

Em declarações à TSF, João Paulo Girbal, diz não ter dúvidas que estamos perante consequências do mega-desconto do 1º de Maio e das campanhas que se seguiram no Pingo Doce e noutros supermercados.

João Paulo Girbal explica que o que está a ser pedido a cada produtor pode não ser igual em todos os casos, «mas os temas andam à volta de um aumento de margem pedido pelo distribuidor que variará entre 2 e 3,5% a partir de Maio, uma verba que o produtor teria de entregar ao Pingo Doce, uma renegociação de contratos e verbas para reforço de competitividade».

O presidente desta associação diz que na prática a campanha do 1º de Maio e as campanhas que se seguiram «já estão a começar a ser pagas pelos produtores».

João Paulo Girbal diz que se confirmaram as piores expectativas que surgiram no dia do mega-desconto do Pingo Doce e teme que a situação se agrave com a 'guerra' das promoções entre supermercados.

Os pedidos feitos este mês aos produtores vieram na maioria dos casos do Pingo Doce, mas esta não é a única cadeia de supermercados a pedir mudanças nos contratos até porque há mais empresas a fazer grandes campanhas de promoção.

«Estão a ser pedidas comparticipações em algo que a produção não foi vista nem achada», afirma o presidente da Centromarca, que acrescenta que muitos produtores não podem aceitar as novas condições dos supermercados.

Existem no entanto empresas com medo represálias caso não aceitem as condições dos supermercados, nomeadamente com marcas que podem desaparecer das prateleiras.

A prazo, a Centromarca, representa mais de 50 grandes empresas e perto de 900 produtos e marcas de grande consumo, teme falências, desemprego, desinvestimento na produção nacional e, eventualmente, um aumento das importações.

Contactado pela TSF, o Pingo Doce preferiu não comentar esta denúncia da Centromarca, que tem como associados, entre outros, a Coca-Cola, Danone, Iglo, Johnson e Johnson, Longa Vida, Pescanova, Philips, Panrico, Nestlé, Nobre, Sumol+Compal, Unicer, Unilever ou Renova.

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