"O voto nesse candidato [Marcelo Rebelo de Sousa] seria uma espécie de solução fast-food. A coisa já vem empacotada, vem com rótulo e publicidade, mas conhece-se mal o que está lá dentro. E o pior vem depois: porque a comida sabe pior, faz pior e, a médio prazo, tem mesmo tudo para ser uma desgraça", afirmou Sampaio da Nóvoa.
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Em Setúbal, o antigo reitor, que contou com o apoio da secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, do histórico dirigente socialista, Vítor Ramalho, e do ministro adjunto, Eduardo Cabrita, defendeu que "há muito caminho a percorrer para derrotar quem passou a vida na televisão e a falar sem contraditório".
"A pressa é quase sempre má conselheira", disse, perante cerca de 200 pessoas que preencheram o Auditório Charlot.
Depois das palavras de Maria de Belém, que defendeu que os militantes socialistas deveriam apoiar a candidatura da ex-ministra da Saúde nestas presidenciais, Sampaio da Nóvoa deixou uma mensagem à candidatura adversária: "Recuso-me a perder tempo em ataques fratricidas e que nos afastariam do foco desta campanha", apontando "Marcelo Rebelo de Sousa e a abstenção" como os principais adversários.
"Não farei campanha contra ninguém que partilhe valores progressistas, valores de esquerda e de mudança", adiantou o candidato, que garantiu ainda: "Não faço esse favor ao candidato apoiado pelos partidos da direita".
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No comício, também Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do PS, deixou um apelo à união contra Marcelo: "Os socialistas, todos os socialistas, têm um adversário, o candidato da direita", acrescentando: "Eu escolhi o professor Sampaio da Nóvoa. Outros escolheram de forma diferente. Mas todos escolhemos derrotar Marcelo Rebelo de Sousa".
Antes do início dos discursos, já Vítor Ramalho, histórico dirigente do PS e figura próxima de Mário Soares, tinha afirmado: "Quem se apresenta à candidatura é a pessoa, não os partidos. Isto não são eleições legislativas. É estranho uma pessoa [Maria de Belém] que quer defender a Constituição, não saber o que diz a Constituição".
Eduardo Cabrita, o quinto ministro em comícios de Nóvoa
Depois de Capoulas Santos, Augusto Santos Silva, Vieira da Silva e Adalberto Campos Fernandes, também Eduardo Cabrita, ministro adjunto, participou numa ação de campanha de apoio a Sampaio da Nóvoa, para referir que o ex-reitor é um "cidadão de causas" e que pode afirmar "o lugar próprio da presidência da República no nosso sistema político".
O ministro socialista justificou ainda a presença no comício: "Como o secretário-geral [António Costa] declarou, existe aqui uma livre manifestação de opção naquilo que é um exercício de cidadania. Como cidadão, aqui estou hoje a apoiar o professor Sampaio da Nóvoa, meu antigo reitor".