Smart Waste Portugal vai identificar boas práticas circulares nas empresas da região centro
A associação está a trabalhar com 84 entidades para que possam ser mais sustentáveis. A construção é um dos setores onde se utilizam mais recursos naturais do país.
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A Smart Waste Portugal, Associação Cluster de Resíduos, está a fazer uma compilação de boas práticas para a circularidade na região centro. O objetivo, segundo Aires Pereira, presidente da associação, é perceber "onde é que as empresas e instituições podem ter intervenção, tendo em atenção aquilo que é a economia circular".
A iniciativa envolve 84 entidades, públicas e privadas, que, através da Smart Waste, fazem também parte do Pacto Institucional para a Valorização da Economia Circular na Região Centro, dinamizado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.
Este levantamento vai indicar, por exemplo, quais as empresas que podem utilizar cada vez menos recursos, ou "quais são os excedentes que podem ser recursos para outras empresas". Neste último caso, esclarece Aires Pereira, é possível que as instituições troquem recursos entre si, seja nos "sistemas de abastecimento de água, nos materiais ou na energia".
O presidente da associação aponta a área da construção como prioritária para a compilação de boas práticas, porque "praticamente 74% dos recursos naturais usados no país" são deste setor. Ao mesmo tempo, é também necessário que haja reutilização e valorização de resíduos, porque estes acabam por ir para um aterro, que tem "espaço finito". "Portugal continua com cerca de 56% de deposição em aterro, quando a meta criada pela União Europeia são 10%. Aqui temos muito trabalho a fazer", alerta.
Paralelamente, há outros segmentos que também merecem a atenção da Smart Waste, como "a floresta, os têxteis, os resíduos e a mobilidade sustentável". "Estamos a trabalhar com as empresas no sentido de saber quais são as suas práticas e de que maneira podem melhorar o seu comportamento, tendo em conta estes objetivos da economia circular", acrescenta o responsável.
A longo prazo, depois de reunida a informação, pretende-se que todas as empresas tenham projetos onde haja "cada vez mais desmaterialização", onde "o ecodesign e a eco-conceção estejam presentes na altura de elaborar os produtos", e onde se "prolongue o ciclo de vida dos materiais".
Tal como a Smart Waste, também a AD ELO - Associação de Desenvolvimento Local da Bairrada e Mondego quer promover a produção de conhecimento na economia circular. A associação pretende integrar o seu território numa rede transnacional de boas práticas de valorização da economia circular, conseguindo, desta forma, uma dimensão internacional.