Todos os anos os municípios têm de garantir a limpeza de terrenos. Na Figueira da Foz, a autarquia apostou num projeto que, além de garantir essa limpeza, promove o aproveitamento do material combustível e dos resíduos lenhosos. A vice-presidente da câmara municipal, Ana Carvalho, conta que a biomassa é encaminhada para duas empresas de celulose que existem no concelho para ser usada na produção de energia.
Para garantir que todos os resíduos do concelho são aproveitados, a autarquia estabeleceu um pacto com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, no âmbito da economia circular. Assim, além dos resíduos que resultam das ações de limpeza da autarquia, Ana Carvalho revela que a câmara disponibilizou "três pontos de receção da biomassa" que são usados por particulares quando estão a fazer a limpeza de terrenos. "As pessoas depositam lá os resíduos e nós encaminhamo-los para as fábricas".
Para a vice-presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, esta iniciativa é vantajosa para todas as partes: "ganham as empresas, porque têm biomassa para produção de eletricidade; ganham os produtores, porque têm um sítio para colocar a sua biomassa; e ganha o município, porque consegue garantir que os terrenos estão mais limpos e, portanto, há maior prevenção de incêndios. Tem tudo para dar certo", garante.
Neste momento, o maior desafio passa por chegar a cada vez mais pessoas e mudar mentalidades. "As pessoas têm de perceber que podem ser gravemente penalizadas se fizerem queimas e queimadas dos sobrantes sem autorização", alerta Ana Carvalho, já que estas costumam ser uma das causas de ignições de incêndio.
Além da fiscalização e penalização destas situações, a autarquia dinamiza, todos os anos, ações de sensibilização em todas as freguesias para explicar como deve ser feita a gestão de combustível nos terrenos e onde é que podem ser entregues os sobrantes agrícolas.
Na área da bioeconomia circular, também as autarquias de Penela e da Mealhada têm dinamizado iniciativas sustentáveis. Em Penela, a câmara municipal está a desenvolver o projeto About Aqua Food, que combina a captura e valorização de uma espécie exótica (o lagostim de água doce) com a produção de microalgas de valor acrescentado. Já a autarquia da Mealhada pretende promover a eficiência energética na Piscina Municipal com o aquecimento de águas com recurso a painéis solares e à produção de estilha, que provém do combate a espécies invasoras da Mata Nacional do Buçaco.
