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Terça-feira, dia 14 de maio. Paulo Rangel anuncia agenda nas zonas mais afetadas pelos incêndios de 2017. O candidato do PSD não falhou, mas apresentou-se pelo ar, sobrevoando de helicóptero os distritos de Coimbra e de Leiria. Rangel justificou que não tomou a decisão de ânimo leve, valorizando dois critérios: "Não passar a imagem de se poder estar a fazer um aproveitamento de alguma situação humana e, mais do que isso, não discriminar nenhum dos territórios que foi afetado."

Paulo Rangel, numa visita de helicóptero às zonas ardidas em 2017
© António Cotrim/Lusa
Do Centro para o Sul, da manhã para a noite, foi uma questão de quilómetros e de poucas horas, para o PS responder ao voo de Rangel. Na Escola de Hotelaria de Faro, António Costa deu-lhe uma lição: "A vida política não é um espetáculo para as televisões, não são frases engraçadinhas."
À boleia dos aplausos que pairavam no ar, António Costa lançou mais um ataque. "É difícil falar depois de termos ouvido o Pedro Marques falar com a raiva que lhe vai no coração". A noite, em Faro, começara com a raiva de que falava António Costa.
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Pedro Marques numa ação de rua em Gondomar
© Miguel A. Lopes/Lusa
O cabeça de lista do PS, Pedro Marques, viu e não gostou do voo, por isso levantara a voz. "Na corrida pelo oportunismo político mais lamentável, Rangel ganhou de longe. Ele escolheu sobrevoar a dor."
A jornalista Sónia Santos Silva reuniu algumas cenas de campanha, num trabalho sonorizado por José António Barbosa
Na mesma noite, em Rio Maior, no distrito de Santarém, a polémica tomava outro caminho. A audição de Joe Berardo no Parlamento entrou na campanha. No jantar do CDS, Nuno Melo serviu críticas às condecorações atribuídas nos últimos anos. A uma em particular: "Quem pede milhões a bancos e depois enquanto se ri e diz que não deve nada, não merece ser comendador de coisa nenhuma."

Nuno Melo numa ação de campanha em Oliveira de Azeméis
© Nuno André Ferreira/Lusa
O CDS quer mais e Marisa Matias também. Para a candidata do Bloco de Esquerda, Berardo deve devolver tudo, as condecorações e o dinheiro. Mas Marisa inclui o partido de Melo no rol de culpados. "O CDS esteve sempre ao lado de quem quis que não houvesse regulação para o sistema financeiro".

Marisa Matias em visita às instalações da empresa HUF Portugal, em Tondela
© Paulo Novais/Lusa
Em Silves, João Ferreira, candidato pela CDU, não se alongou no assunto Berardo. Apontou o caso como a ponta do icebergue da promiscuidade entre poder financeiro, económico, e poder político.

João Ferreira com Jerónimo de Sousa no Porto
© José Coelho/EPA
Domingo, 19 de maio. Falta uma semana para as eleições europeias. Rui Rio levou a campanha até Esposende e tomou conta da bateria no palco na Quinta da Malafaia, morada de arraiais minhotos. Nos discursos, o protagonismo foi para Paulo Rangel. "Todo o voto fora do PSD é um voto fútil. Todo o voto no PSD é um voto útil".
O CDS mergulhou o PSD e o PS dentro do mesmo saco. Depois de um passeio de barco em Setúbal - com direito a fotografia versão Titanic -, Nuno Melo sentenciou. "Não vejo utilidade nenhuma num voto em quem durante legislaturas celebra acordos com o Dr. António Costa e, se o Dr. António Costa precisar, validará um bloco central."

Nuno Melo e Assunção Cristas durante um passeio de barco pelo rio Sado
© Rui Minderico/Lusa
A campanha na rua foi curta no arranque da segunda semana. Havia um debate para preparar porque a RTP juntaria, à noite, os principais candidatos. Paulo Rangel fez mea culpa, "a palavra fútil é infeliz, realmente".
Foi também no início desta semana que o passado apareceu no presente para apelar ao futuro. Foi a semana dos antigos líderes partidários. Apareceram em ações de campanha Pedro Passos Coelho, Francisco Louçã, Manuela Ferreira leite, Luís Filipe Menezes e Paulo Portas.

Paulo Rangel com o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho
© Tiago Petinga/Lusa
A campanha não acabaria sem o recado de António Costa para Catariana Martins e Jerónimo de Sousa: "Chegou a hora de construir uma grande frente democrática e progressista, que seja capaz de fazer, à escala europeia, o que já provamos ser capazes de fazer aqui em Portugal."
O apelo ao voto foi bandeira em muitos discursos e foi erguida também por Marcelo Rebelo de Sousa. O Presidente da República também entrou na campanha, mas apenas para reforçar esta mensagem.

Marcelo Rebelo de Sousa
© Rodrigo Antunes/Lusa
"O voto nas europeias, em muitos aspetos, é tão ou mais importante que o voto de outubro. Há muitas decisões importantes para Portugal, importantes para os portugueses, tomadas a nível europeu."