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Um grupo de eurodeputados exige uma "resposta firme" de Bruxelas à "propaganda hostil", nomeadamente nas redes sociais, pedindo a criação de medidas sancionatórias para promotores de campanhas com recurso a notícias falsas (as chamadas 'fake news').
Em causa está uma resolução aprovada por maioria na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros, na qual os eurodeputados vincam que "a União Europeia [UE] e os seus Estados-membros devem adotar uma resposta firme para combater as ferramentas cada vez mais sofisticadas usadas [...] para promover a desinformação".
Em causa está, por exemplo, o recurso a aplicações móveis de mensagens privadas, a redes sociais, a mecanismo de busca otimizados e a portais 'online' de notícias.
No documento hoje aprovado, os eurodeputados pedem, assim, que todos os países da UE reconheçam a existência de 'fake news', mesmo "os que o continuam a negar", tomando medidas para o dissuadir nos seus territórios.
Instam, também, a que os Estados-membros ponderem a criação de um quadro jurídico europeu e internacional "para fazer face às ameaças híbridas, prevendo desde logo sanções específicas para os responsáveis pela disseminação de campanhas de desinformação".
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Os nomes destes responsáveis devem, para os eurodeputados, "ser divulgados publicamente", assim como "os objetivos que os movem".
Ao mesmo tempo, esta comissão parlamentar defende que o trabalho da comunicação social e de empresas de comunicação deve ser "regulamentado para garantir total transparência", enquanto nas companhias tecnológicas deve haver "mais investimento em ferramentas para detetar propaganda e para verificar a identidade dos utilizadores".
Olhando para outras nações, esta estrutura condena "veemente" as "cada vez mais agressivas" iniciativas de desinformação levadas a cabo pela Rússia, China, Irão e Coreia do Norte, que a seu ver apenas visam influenciar negativamente contra os "fundamentos e princípios da democracia e soberania europeias" e "apoiar movimentos extremistas".
Esta resolução será discutida na próxima sessão plenária do Parlamento Europeu, que decorre em fevereiro em Estrasburgo, França.
O Parlamento Europeu tem um total de 751 deputados eleitos nos 28 Estados-Membros da UE, sendo que, destes, 49 deram aval a esta resolução, sete votaram contra e dois abstiveram-se, no âmbito da comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros.