"Uau!" A "enorme felicidade" de Maria Manuel Mota com a vacina da malária

A cientista portuguesa, uma autoridade mundial no que respeita à investigação da malária, diz que a eficácia da vacina agora revelada é "notável", e mostra "resultados muito promissores" no combate à doença.

Maria Manuel Mota, investigadora e diretora-executiva do Instituto de Medicina Molecular que, há mais de 25 anos, se dedica ao estudo da malária, lembra que há mais de um século que o mundo se dedica a analisar esta doença, por isso, admite ter ficado muitíssimo feliz com a notícia de que os cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, desenvolveram uma vacina com níveis de eficácia superiores a 70%.

"É uma enorme felicidade! 2021 vai ficar como o ano das vacinas", refere a investigadora, sublinhando que este anúncio é feito poucos dias antes do Dia Internacional da Malária, que se celebra no domingo e nas vésperas da Semana Internacional das Vacinas.

Maria Manuel Mota nota que esta equipa já trabalha há décadas em vacinas, nomeadamente na da malária, o que contribuiu decisivamente para o rápido desenvolvimento da vacina contra a Covid-19. Além disso, é liderada por Adrian Hill, professor de vacinologia em Oxford, muito experiente na investigação da doença.

Mesmo assim, os resultados agora conseguidos estão a surpreender a própria comunidade científica da malária: "nós não pensávamos que iria ser tão eficaz. As reações que estou a ter de colegas no mundo inteiro são: "uau! Que fantástico!, é a primeira vez que vemos isto!".

E, afinal, porque é tão difícil conseguir uma vacina para a malária, quando a vacina da Covid foi desenvolvida em poucos meses? Porque a malária é causada por um parasita, um organismo muito mais complexo do que um vírus, o que exige uma investigação muito mais prolongada e complicada.

Um parasita tem diversas formas, replica-se dentro de vários tipos de células do corpo humano. "É um ciclo de vida muito mais complexo em termos biológicos e, por isso, é muito mais difícil de controlar".

A diretora-executiva do Instituto de Medicina Molecular explica também porque é que considera que, para se conseguir uma vacina suficientemente segura e eficiente, a ciência tem de "fazer melhor do que a natureza". O parasita causador da malária "vive connosco há milénios, portanto, já se adaptou a todas as formas que o nosso organismo tentou usar para o controlar".

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