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A Pfizer deixou um alerta sobre a alteração dos prazos de vacinação contra a Covid-19, depois de o Reino Unido ter anunciado que irá modificar os planos e aplicar as segundas doses 12 semanas após a primeira picada.
O porta-voz da empresa norte-americana diz que não há dados que mostrem que a vacina se mantém eficaz depois de 21 dias sem a segunda dose. A alteração que o Reino Unido vai fazer está relacionada com a falta de vacinas.
Médicos-chefe do Reino Unido, de Gales, da Escócia e da Irlanda do Norte admitiram, numa carta, que, alongando o prazo entre a primeira e a segunda dose, serão vacinadas mais pessoas de risco. Os clínicos asseguram que a primeira dose garante uma proteção de 70%. Com a segunda, essa proteção aumenta para 95%. É melhor 70% de proteção em muitas pessoas do que 95% em muitas, argumentam.
Tanto as empresas que conceberam a vacina como a comunidade científica alertam que, depois de 21 dias com uma dose única da vacina, não se sabe quais serão os níveis de eficácia.
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Os altos representantes da Saúde avisam que, durante meses, as vacinas que o Reino Unido vai receber não serão suficientes para todos, e que é essencial durante o verão proteger o maior número de pessoas possível.
Os médicos-chefe - cargo equivalente à diretora-geral da Saúde - afiançam que este é um problema que vai atingir todo o mundo.
A Pfizer e a BioNTech estão a trabalhar no aumento da produção, mas alertam para que, enquanto não houver mais vacinas no mercado, as falhas no fornecimento serão inevitáveis.
Grupos de médicos no Reino Unido revoltaram-se contra a decisão de alterar a forma de vacinar as pessoas, e prometeram mesmo prosseguir com o plano de vacinação inicial (repetição da injeção ao fim de 20 dias) no caso dos utentes mais vulneráveis.
A primeira idosa vacinada no país já recebeu a segunda dose.
Ouça a explicação da jornalista Margarida Serra.
Esta manhã a empresa alemã BioNTech admitiu que está a ser difícil responder à procura e que decidiu aumentar a produção para cobrir as necessidades dos países da União Europeia, em dificuldades para conseguir imunizar a população.
A diretora médica da BioNTech admite, no entanto, que o aumento da produção, não é fácil pois "não existem no planeta fábricas especializadas que possam produzir da noite para o dia com a qualidade necessária".
A BioNTech acordou com cinco fabricantes na Europa a produção da vacina e está a negociar novos contratos.
