Microscópio único em Portugal pode ser essencial na investigação do cancro e Alzheimer

Equipamento está sediado no INL - Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, em Braga. O investimento ronda dos 2,5 milhões de euros.

Portugal recebeu o primeiro microscópio criogénico eletrónico. A inauguração do equipamento, que está instalado no INL - Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, em Braga, vai permitir investigar aquelas que são consideradas as grandes doenças do século XXI como o cancro, Alzheimer e Parkinson, assim como infeções virais e a resistência bacteriana a antibióticos.

A sessão foi também o momento escolhido para o lançamento da Rede Nacional de Microscopia Eletrónica Avançada para Ciências da Saúde e da Vida - CryoEM-PT, em que participam as Universidades do Minho, Porto, Coimbra, Beira Interior, Lisboa, Évora e Algarve.

O equipamento que teve um custo total de 2,5 milhões de euros foi adquirido, em 85%, através de fundos da CCDR-Norte e, em 15%, pelo INL.

Para o diretor-geral interino do INL, Paulo Freitas, este é um "momento histórico" para a ciência em Portugal, visto que irá permitir que investigadores que procuravam este género de infraestrutura fora de portas possam desenvolver as suas investigações em Portugal.

O próximo passo do INL será no sentido de ampliar a rede CryoEM-PT e integrar a mesma num consórcio europeu da área.

O equipamento, que consegue realizar observações até 50 milhões de vezes, ou seja, a um nível quase atómico, será essencial no avanço de estudo e terapias para doenças como o cancro, Alzheimer, Parkinson, infeções virais como o SARS-CoV-2 e resistência bacteriana a antibióticos.

De acordo com o coordenador da rede CryoEM-PT, Paulo Ferreira, este microscópio permite "observar estruturas moleculares sem as destruir", uma vez que são arrefecidas a cerca de 200 ºC negativos.

Este microscópio de última geração está instalado no subsolo do edifício do INL. O motivo é a sua sensibilidade. Por exemplo, a passagem de um camião a 1 km pode gerar vibrações que não permitem a sua utilização.

Paulo Ferreira acredita que a existência deste aparelho em Portugal pode atrair não só alunos de doutoramento, como investigadores conceituados de outros países.

No leste da Europa, segundo o coordenador, ainda não existem estes equipamentos. Em países como o Reino Unido e Alemanha, as máquinas existem, porém, há também muita procura, o que resulta em poucas horas de utilização.

A presidente da FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia, Madalena Alves, marcou presença na sessão, onde falou sobre o Roteiro Nacional de Infraestruturas de Investigação. É neste documento onde os investigadores portugueses podem encontrar equipamentos como este microscópio e assim gerar mais valor dentro das nossas fronteiras.

Em breve, será apresentado o novo supercomputador em solo luso, o Deucalion. Este fará parte de um Centro Nacional de Computação Avançada, em fase de construção.

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