"Não foi um ataquezinho" à Vodafone. Especialista defende verbas do PRR para combater ciberataques

Ouvido pela TSF, José Tribolet considera que "é preciso ir muito fundo para perceber" o tipo de ataque que afetou os serviços da Vodafone. O professor jubilado do Instituto Superior Técnico acredita que os dados dos clientes terão sido "protegidos" e defende a necessidade de se construir equipas para "testar a resiliência das organizações".

A Vodafone foi alvo de um ciberataque que provocou "danos e perturbações" no serviço de telecomunicações. A operadora avançou que, até ao momento, "não existem indícios" de que os dados de clientes tenham sido acedidos ou comprometidos. José Tribolet, professor catedrático do Instituto Superior Técnico, admitiu, em declarações à TSF, que ficou surpreendido com este ataque informático à empresa.

"A Vodafone é um grupo mundial poderosíssimo de comunicações e tem competências técnicas à sua disposição nacional e internacionalmente quase infinitas e uma rede de fornecedores de serviços especializados enorme", explica, reforçando que "é preciso ir muito fundo para perceber que tipo de ataque foi este". "Não foi um ataquezinho de uns meninos que levaram alguém a clicar numa hiperligação e meteram um vírus não sei onde. É um ataque diferente", defende.

O professor catedrático jubilado de Sistemas de Informação, do Instituto Superior Técnico, acredita que os dados dos clientes não tenham sido afetados.

"A Vodafone sabe muito bem as suas obrigações e tem as competências para ter os seus dados de clientes altamente protegidos", considera.

Nos últimos tempos tem havido notícias de ataques informáticos. José Tribolet faz uma sugestão para um bom uso dos dinheiros da bazuca: "Há imenso dinheiro do PRR para formação (...) desde formação inicial, até à requalificação de profissionais."

José Tribolet afirma que "temos de pensar como o inimigo, como o ladrão", defendendo a necessidade de constituir equipas para "testar a resiliência das organizações".

Depois de terem sido registadas falhas na noite de segunda-feira, a Vodafone adiantou que já foram "recuperados os serviços de voz móvel" e "os serviços de dados móveis estão disponíveis exclusivamente na rede 3G em quase todo o país".

"Infelizmente, a dimensão e gravidade do ato criminoso a que fomos sujeitos implica para todos os demais serviços um cuidadoso e prolongado trabalho de recuperação que envolve múltiplas equipas nacionais, internacionais e parceiros externos. Essa recuperação irá acontecer progressivamente ao longo desta terça-feira", acrescentou.

A operadora informou também que a investigação "aprofundada" vai ser "prolongada por tempo indeterminado" e contará com o envolvimento "das autoridades competentes".

"A Vodafone continua absolutamente determinada em repor a normalidade dos serviços no menor tempo possível e lamenta profundamente os transtornos causados aos nossos Clientes", assinalou a operadora, garantindo que vai continuar a atualizar informações sobre o estado do serviço "à medida que a situação progrida".

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