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Uma técnica minimamente invasiva, aplicada em bloco operatório com anestesia local. Pedro Sá Couto, cirurgião geral do Hospital São João, explica que o nódulo da tiroide não é retirado, mas destruído. "Com o apoio ecográfico controlamos todo o procedimento, usamos uma agulha que colocamos dentro da do nódulo tiroideu e essa agulha tem um sistema que gera calor na extremidade. Esse calor vai como que queimar, vaporizar o nome tiroideu. Portanto aplicamos o calor intra nodular que o vai destruir."
O nódulo não desaparece totalmente no imediato, mas ao longo de seis meses diminui e passa a ser clinicamente irrelevante.
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Esta técnica é comum na Coreia do Sul, no Hospital São João já foi aplicada em nove doentes. Pedro Sá Couto explica quem pode beneficiar deste tratamento. "Encaixa em doentes de alto risco cirúrgico, doentes mais velhos que têm risco cirúrgico muito alto. Podemos usar também em doentes mais jovens, com nódulos clinicamente com relevo e com componente estético perturbante e que não querem cicatriz. A perspetiva é também no futuro curto evoluir para tratamento de algumas situações de malignidade em que o risco cirúrgico é muito alto risco, o risco de lesão local de estruturas nobres do pescoço ou até o próprio risco anestésico, consigamos controlar a doença evitando a cirurgia."
Desta forma, o doente pode manter a tiroide e o organismo não sofre o impacto da falta desta hormona. "Não vivemos sem tiroide, temos que ter a hormona tiroideia para viver. Em última análise, sem tiroide podemos morrer. E quando fazemos uma tiroidectomia total temos que sempre que ficar suplementados com a hormona tiroideia para toda a vida. Quando fazemos tiroidectomias menos que o total, aí pode não ser necessário."
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Por ano, o Hospital de São João realiza uma média de 500 tiroidectomias. Em breve, vão realizar esta cirurgia pela boca, de forma a evitar a cicatriz no pescoço do doente.