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Foram furtados os dados da aplicação de reconhecimento facial que auxilia a polícia americana a identificar vítimas de pedofilia e possíveis criminosos. A Clearview AI utiliza uma base de dados com três bilhões de fotografias retiradas das redes sociais e do Google. Este sistema foi agora alvo de um ataque informático, por um "intruso com acesso não autorizado", que furtou toda a lista confidencial de clientes, de acordo com a empresa.
A Clearview ficou conhecida no início do ano, depois de ter sido noticiada a venda do sistema de inteligência artificial à polícia nos Estados Unidos da América. O software permite às autoridades pesquisar pela identidade de uma determinada pessoa utilizando apenas fotografias pessoais. No início de fevereiro, o The New York Times noticiava que a aplicação estava a identificar crianças vítimas de abuso sexual, com o auxílio de empresas de advogados do Canadá e dos EUA.
De acordo com o advogado da empresa, Tork Ekeland, citado pela CNN , as "violações de dados fazem parte da vida". Ekeland garante que a empresa vai "trabalhar em reforçar a segurança".
Numa nota enviada aos clientes, a Clearview assegura que o pirata informático não obteve os históricos de pesquisa realizados pelos clientes, incluindo os trabalhos das forças policiais.
Os gigantes da tecnologia, como a Google, Twitter e Facebook, já mostraram não concordar com a forma como a empresa acede às fotografias. Alguns estados nos EUA proibiram mesmo a polícia de utilizar o sistema de inteligência artificial.
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No site, a empresa refere que a sua missão é "auxiliar a polícia a localizar centenas de criminosos em geral, incluindo pedófilos, terroristas e traficantes de sexo". O software é "usado para ajudar a exonerar os inocentes e identificar as vítimas de crimes, incluindo abuso sexual de crianças e fraude financeira".
A Clearview garante ainda que, com o sistema, "a polícia é capaz de capturar os criminosos mais perigosos, resolver os casos mais difíceis e tornar as comunidades mais seguras".