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A sonda da NASA Double Asteroid Redirection Test (DART) colidiu esta madrugada com "sucesso" com o asteroide Dimorphos, naquele que foi primeiro teste da humanidade para defender a Terra de futuros objetos espaciais.
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O choque ocorreu às 19h14, hora local na Costa Este dos Estados Unidos (00h14, em Lisboa), a 9,6 milhões de quilómetros de distância, com a DART a embater na pequena rocha espacial -- lua do sistema binário também formado pelo asteroide Didymos -- a 22.500 quilómetros por hora.
"O que assistimos nos primeiros minutos deste dia foi o triunfo da engenharia e agora vamos tentar perceber se também vamos ter um triunfo da ciência", destaca Miguel Gonçalves, Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), em declarações à TSF.
Embora pudesse ter sido visto na transmissão em direto da NASA, nas redes sociais, os cientistas vão ter de esperar dias ou até semanas para ver ser a sonda não tripulada conseguiu alterar ligeiramente a órbita do pequeno planeta.
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"Tinha sido desenhado pela missão que esta sonda tivesse uma viagem autónoma até ao choque com o asteroide (o que foi também em si uma novidade de algo extraordinariamente precisa) e, portanto, sabemos que houve esse impacto. Agora a questão é tentar perceber se de facto houve ou não essa alteração na órbita desta pequenina lua à volta do asteroide maior."
Miguel Gonçalves explica como é que os cientistas vão descobrir se houve ou não alteração da trajetória do asteroide
"Quando esta lua passar à frente do asteroide maior vai provocar uma pequenina diminuição da luz desse asteroide maior quando visto a partir da Terra. O tempo desse mini-eclipse dá uma ideia aos astrónomos da própria órbita desta lua-asteroide. Há estudos que dizem que este impacto pode provocar uma diminuição do tempo da órbita entre 73 segundos e até 10 minutos."
"Nós ainda não sabemos muito bem qual é a constituição do Dimorphus, al é a sua densidade, portanto, sem saber esses dados físicos é muito mais complicado temos uma ideia do real impacto provocado pela colisão do DART", ressalva.
A missão de 325 milhões de dólares (cerca de 338 milhões de euros) foi a primeira tentativa de mudar a posição de um asteroide ou qualquer outro objeto natural do espaço.