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O telescópio espacial Hubble, da NASA, confirmou a existência do cometa mais largo alguma vez observado, com um núcleo 50 vezes maior do que a média nestes corpos celestes. O C/2014 UN271 (Bernardinelli-Bernstein) está a percorrer o sistema solar a 35.405 quilómetros por hora.
Detetado pela primeira vez em 2010 pelos astrónomos Pedro Bernardinelli e Gary Bernstein no Observatório Interamericano de Cerro Tololo, no Chile, o Hubble confirmou agora que este cometa tem 137 quilómetros de largura e um núcleo gelado com 500 biliões de toneladas.
Em comunicado, a NASA descreve o C/2014 UN271 como um "colosso" que se desloca "nesta direção", a caminho do centro do sistema solar, sem risco de colisão com a Terra. Estima-se que a maior aproximação fique a 1,6 milhares de milhão de quilómetros do Sol, em 2023, um pouco mais longe do que o planeta Saturno.
"Sempre suspeitámos que este cometa tinha de ser grande porque é tão brilhante apesar de tão distante. Agora conseguimos confirmá-lo", afirma David Jewitt, especialista em ciências planetárias e astronomia na Universidade da Califórnia e coautor do estudo sobre este cometa publicado na revista científica The Astrophysical Journal Letters.
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"É um objeto impressionante dado o quão ativo é quando ainda está tão longe do Sol", reforça o autor que liderou o estudo, Man-To Hui, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau. A equipa que liderou recorreu ao telescópio Hubble para tirar cinco fotos do planeta em janeiro de 2022.

À esquerda, o cometa tal como foi observado, ao centro um modelo do que será o verdadeiro aspeto do cometa e à esquerda o núcleo isolado
© NASA, ESA, Man-To Hui, David Jewitt/Alyssa Pagan (STScI)
Estima-se que este cometa esteja a viajar em direção ao Sol há um milhão de anos, proveniente da chamada Nuvem Oort, de onde se acredita que partam milhões de cometas.