"Raif Badawi é um homem muito corajoso e exemplar". Foi com estas palavras que o presidente do Parlamento Europeu anunciou a decisão da conferência de líderes sobre o vencedor do Prémio Sakharov 2015.
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Em janeiro deste ano, Raif Badawi foi chicoteado 50 vezes, resultado da pena a que foi condenado pelas opiniões que escrevia num blogue criado para estimular o discurso político na Arábia Saudita.
O vencedor do prémio Sakharov cumpre atualmente uma pena de 10 anos de prisão e está condenado também a receber mil chicotadas e ainda ao pagamento de uma multa por insultar valores islâmicos, segundo a justiça saudita.
Martin Schulz considerou que o blogger saudita foi alvo de uma das maiores torturas. Martin Schulz relembrou que as relações da União Europeia com países terceiros dependem do respeito pelos direitos humanos.
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"Esta é uma violação patente dos direitos humanos, que foram claramente espezinhados", salientou Sculz, apelando à Arábia Saudita que liberte Raif Badawi, para que possa estar em Estrasburgo em dezembro para receber o prémio.
Os vários grupos políticos do Parlamento Europeu saúdam a atribuição do prémio, considerando tratar-se do reconhecimento da coragem e determinação para falar e pensar livremente.
Também a Comissão Europeia salientou a importância que a União Europeia (UE) dá à liberdade de expressão, felicitando a atribuição do Prémio Sakharov ao bloguer saudita.
"A escolha de Badawi sublinha a importância dada pela UE à promoção do debate político e social e o apoio à liberdade de expressão em todo o mundo", disse o porta-voz do executivo comunitário, Margaritis Schinas, na conferência de imprensa diária.
Margaritis Schinas saúda a atribuição do Prémio Sakharov ao bloguer saudita
Schinas felicitou ainda o ativista saudita pela atribuição do prémio.
Badawi partilhou a lista de finalistas ao Prémio Sakharov com a oposição democrática na Venezuela e o opositor russo Boris Nemtsov, a título póstumo.
O prémio, que celebra a liberdade de pensamento, será entregue em Estrasburgo no dia 16 de dezembro.
O Prémio Sakharov, no valor de 50 mil euros, foi entregue, em 2014 ao ginecologista congolês Denis Mukwege, especializado no tratamento de mulheres vítimas de violência em África.
Nelson Mandela e o dissidente soviético Anatoly Marchenko (a título póstumo) foram os primeiros galardoados, em 1988.
Em 1999, o galardão foi entregue a Xanana Gusmão (Timor-Leste) e, em 2001, ao bispo Zacarias Kamwenho (Angola).
* Notícia atualizada às 11:58 com declarações do presidente do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia