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Na mesma semana em que cerca de 100 campas judias, num cemitério nos arredores de Estrasburgo, foram profanadas, o Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que o Parlamento vai discutir um pacote de medidas para combater o antissemitismo.
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Macron admitiu que, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, os ataques contra os judeus em França nunca foram tão graves. Perante os participantes na Reunião anual das Organizações judaicas do país, o chefe de Estado reconheceu que este é um problema que está a ser enfrentado por vários países ocidentais.
Na terça-feira, Macron visitou o cemitério judeu vandalizado e afirmou que o responsável por aqueles atos "não é digno da república francesa e será punido". O Governo francês não vai esperar mais para tomar medidas.
Macron anunciou que a legislação proposta vai classificar o antissionismo (a negação do direito de existência do Estado de Israel) como uma forma de antissemitismo. Macron revelou ainda que o Governo vai dissolver três grupos de extrema-direita - o Bastion Social, Blood e Honor Hexagone e o Combat 18. O presidente diz que estes grupos só existem para alimentar o ódio e promover a discriminação.
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O Governo quer ainda adotar legislação para controlar a disseminação das mensagens de ódio na internet.
Nas últimas semanas, a França tem sido confrontada com ataques consecutivos contra símbolos judaicos. Caixas do correio com a imagem de Simone Veil, uma sobrevivente do Holocausto, foram profanadas. A palavra alemã para "judeus" apareceu pintada no vidro de uma padaria parisiense e alguém cortou duas árvores plantadas em memória de um jovem judeu torturado até a morte por antissemitas.
Houve ainda o caso do filósofo, Alain Finkielkraut, que foi insultado e perseguido por ser judeu quando passava por um protesto dos coletes amarelos, em Paris.