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A imprensa francesa destaca, esta terça-feira o incêndio na catedral Notre-Drame, em Paris, com o jornal Libération, conhecido pelas suas capas emblemáticas, a titular "Notre Drame" na primeira página, enquanto o Le Figaro fala em "Desastre".
"Notre Drame" (nosso drama, em português) e uma fotografia do pináculo da catedral de Notre-Dame na capital francesa cobrem a primeira página do jornal Libération, que chegará às bancas na madrugada de terça-feira, enquanto o 'site' do jornal assegura que a estrutura e os torreões da igreja emblemática estão a salvo.

© Liberation
Emoção e relatos das chamas enchem os 'sites' dos meios de comunicação, num drama que não deixa ninguém indiferente.
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O jornal da Igreja Católica francesa, o La Croix, fala de "Un Coeur en Cendres" (um coração em cinzas).

© La Croix
"Nenhum tema político pode resistir ao sentimento de consternação que submergiu os nossos espíritos. Algo surpreendente no nosso país, profundamente secularizado, descristianizado e que, de repente, sente o seu coração sofrer ao ver uma Igreja em chamas", lê-se editorial do Le Croix.
Já Le Figaro optou pela manchete "Le Désastre" (o desastre), dando conta das manifestações de solidariedade e de tristeza vindas de todo o mundo para apoiar a capital francesa.

© Le Figaro
"Esta obra-prima, edificada no meio de Paris, conheceu guerras, pilhagens. Mas nunca, até agora, um ultraje desta amplitude, nunca tinha sofrido um fogo tão espetacular", refere o editorial.
O 'site' deste jornal diário mostra uma imagem aérea da catedral, na qual se vê todo o telhado em chamas e na qual está também a informação de que a estrutura principal está salva.
O jornal Le Parisien, que relata diariamente a vida na capital, traz em manchete "Notre Dame des Larmes" (Nossa Senhora das Lágrimas, em português).

© Le Parisien
No seu interior, um especial sobre "a catástrofe", a investigação aberta pelas autoridades francesas e a emoção dos parisienses.
O "Le Monde", conhecido pelas suas iniciativas para contrariar as informações falsas, publica um texto 'on-line' para explicar o porquê de não ser possível apagar este incêndio do ar, tal como foi sugerido pelo Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump.
O jornal fala ainda da "imensa" tristeza dos políticos franceses e dos parisienses face a esta situação, assim com as reações internacionais.
A primeira página do jornal em papel não mostrava pelas 23h30 (hora de Lisboa) qualquer referência ao incêndio.

© Le Monde
O jornal económico "Les Echos" lembra que Notre-Dame é o monumento mais visitado na Europa e recebe, todos os anos, entre 12 a 14 milhões de visitantes, uma média de 30 mil por dia.
O incêndio na catedral de Notre-Dame de Paris começou cerca das 18:50 locais (17:50 em Portugal).
Mais de quatro horas depois, o comandante dos bombeiros sapadores de Paris, general Jean-Claude Gallet, anunciou que a estrutura da catedral estava "salva e preservada na sua globalidade", mas prosseguia o combate às chamas.
Os bombeiros disseram que o incêndio terá começado no sótão da catedral e admitiram que possa estar relacionado com trabalhos de reabilitação do edifício.