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Francisco Assis defende que o Brasil está em perigo de cair num regime fascista, se Jair Bolsonaro vencer a segunda volta das eleições presidenciais brasileiras, no próximo domingo.
No Fórum TSF, o eurodeputado socialista mostrou-se cauteloso no uso da palavra "fascista", mas não tem dúvidas de que, no caso de Bolsonaro, há um "risco real".
"Muitas vezes, alguns setores da extrema-esquerda tendem a considerar tudo o que não é da esquerda como fascista. Isso banalizou a palavra e agora temos alguma dificuldade em usá-la nos momentos em que ela deve ser usada", afirmou Assis. No entanto, admite, "em Bolsonaro, há todos os elementos protofascistas: o culto da violência, a exaltação nacionalista, a apologia da ditadura".
Francisco Assis acredita que Bolsonaro mostra sinais da intenção de implantar um regime fascista
Francisco Assis sublinha o perigo imediato de uma "situação de intolerância" para vários setores da população brasileira. "O discurso de Bolsonaro é muito pior que o discurso de Trump, não tem comparação", comenta o eurodeputado.
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O socialista não se retrai e classifica mesmo o candidato brasileiro da extrema-direita como "um canalha".
"A opção é entre um candidato que garante o respeito pelos princípios democráticos fundamentais e que é um homem sério, civilizado [Fernando Haddad]" e, nas palavras de Francisco Assis, um "canalha" [Jair Bolsonaro].
O eurodeputado do PS chama "canalha" a Jair Bolsonaro
O eurodeputado recordou o momento da votação do 'impeachment' de, Dilma Roussef, no qual, enquanto anunciava o seu voto a favor da destituição da então presidente brasileira, Bolsonaro exaltou o ex-chefe do órgão de repressão da ditadura militar brasileira, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, - que torturou Dilma, enquanto presa política, em 1970.
"Contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, o meu voto é sim", foram as palavras de Jair Bolsonaro, durante a votação na Câmara dos Deputados.
"No Brasil ou em qualquer parte do mundo, só um canalha é que vai, no momento em que está a promover o impeachment da Presidente da República, fazer o elogio do homem que a tinha torturado 30 anos antes", declarou Francisco Assis, na TSF.
"O Brasil ter uma figura destas, com este grau de indignidade moral, à sua frente é qualquer coisa que vai apoucar o próprio Brasil no quadro internacional", finalizou.
*com Manuel Acácio e Nuno Domingues