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A investigadora do ISCTE, Ana Isabel Xavier, acredita o anúncio de Donald Trump de que iria retirar os EUA de um tratado sobre armas nucleares assinado com a Rússia durante a Guerra Fria pode ser uma forma de a administração norte-americana promover um novo acordo nuclear mais alargado que inclua outros países, em especial a China.
"O que Donald Trump também nos tem habituado é que rasga um acordo para pensar num novo acordo e essa é, efetivamente, uma questão que está em cima da mesa (...) O acordo como estava pensado e estava gizado, no final da década de 80, não impede que outras potências, nomeadamente o Japão ou a China - que é para os Estados Unidos a grande ameaça, neste momento, no Pacífico - possam vir a reforçar a sua presença militar."
"Existindo já desde Barack Obama uma mudança de paradigma dos Estados Unidos, muito orientada para a Ásia Pacífico, uma reformulação possível do acordo teria exatamente que ver com esta necessidade de conter expressamente a presença militar da China no Pacífico ocidental."
Ana Isabel Xavier nota ainda uma aparente contradição nesta intenção de Donald Trump.
"Como é que, desde logo, um Presidente americano que não está vinculado ao multilateralismo conseguirá convencer outros atores internacionais a vincularem-se a um multilateralismo em que ele próprio não acredita?"
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