Um defensor da liberdade de expressão na Turquia, um líder tártaro da Crimeia e duas defensoras dos direitos das mulheres escravizadas pelo grupo extremista Daesh são os finalistas ao prémio Sakharov, anualmente atribuído pelo Parlamento Europeu (PE).
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O jornalista turco Can Dündarn, ex-editor-chefe do diário Cumhuriyet, foi detido em novembro e condenado a cinco anos e 10 meses de prisão por "revelar segredos de Estado", após o jornal que dirigia ter revelado a entrega de armas do regime turco às forças rebeldes na Síria. Foi alvo de uma tentativa de assassinato e vive atualmente no exílio.
Por seu turno, Mustafa Dzhemilev defende os direitos humanos e das minorias há mais de 50 anos. É ex-presidente do parlamento dos tártaros da Crimeia (território ucraniano anexado pela Rússia), ex-dissidente soviético e deputado ucraniano. Atualmente Mustafa Dzhemilev encontra-se impedido de entrar Crimeia.
Quanto a Nadia Murad Basee e Lamiya Aji Bashar, foram escolhidas pelos esforços na defesa da comunidade Yazidi e das mulheres que sobrevivem à escravidão sexual às mãos dos 'jihadistas' do estado Islâmico.
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Ambas são oriundas de Kocho, uma aldeia iraquiana que foi tomada pelo Estado Islâmico em 2014, com centenas de mulheres e raparigas Yazidis a serem raptadas e escravizadas sexualmente pela organização extremista.
O prémio Sahkarov tem como objetivo honrar pessoas excecionais ou organizações de defesa dos direitos humanos e liberdades fundamentais.
A votação desta lista final de candidatos aconteceu esta terça-feira. O Parlamento Europeu anunciará o vencedor a 27 de outubro, estando a cerimónia de entrega do premio prevista para 14 de dezembro em Estrasburgo.
Em 2015, o Prémio Sakharov foi entregue ao 'blogger' saudita Raif Badawi que cumpre uma pena de dez anos de prisão por "insultos ao Islão".
Nelson Mandela e o dissidente soviético Anatoly Marchenko (a título póstumo) foram os primeiros galardoados, em 1988.