Jornalistas espanhóis denunciam "censura" e "manipulação" do Governo

Os jornalistas da RTVE lamentam a "parcialidade das informações" favoráveis ao partido de Mariano Rajoy e "procurando minimizar as manifestações sociais e cidadãs".

Jornalistas da televisão pública de Espanha denunciaram na terça-feira a "censura" e a "manipulação" da comunicação social pelo Governo conservador de Mariano Rajoy, fenómeno que, salientaram, se intensifica com o aproximar das eleições legislativas.

O comité representativo da redação "quer fazer saber aos cidadãos que os trabalhadores e as trabalhadoras da Rádio Televisão pública espanhola (RTVE) poderiam fazer bem melhor, mas são impedidos", indicou o organismo em comunicado, esta terça-feira.

Os jornalistas "lamentam a parcialidade das informações da RTVE, sempre favoráveis a um partido e procurando minimizar as manifestações sociais e cidadãs", acrescentam os signatários, delegados sindicais e membros dos conselhos de redação do grupo audiovisual.

Denunciaram em particular a retirada da programação, em maio, de episódios de uma emissão sobre ecologia, onde se dava a palavra a organizações não-governamentais.

A AFP não conseguiu recolher na noite de terça-feira reações de responsáveis do grupo.

Mas o mal-estar dos empregados não é novo. Em 2012, o conservador partido popular (PP), maioritário no congresso modificou as regras que impunham a eleição por dois terços dos deputados do presidente da empresa de rádio e televisão, que conta com seis mil empregados.

A mudança foi justificada pelos conservadores como um meio de contornar a paralisia do parlamento neste ponto, depois de os deputados não terem conseguido, durante um ano, entender-se sobre a identidade do diretor.

Uma maioria simples basta agora na segunda volta da votação, e o grupo passou a ser dirigido por um próximo do PP, José Antonio Sanchez.

"A RTVE deixou de ser a referência em termos de grandes acontecimentos informativos, especialmente em matéria de processos eleitorais", lamentaram ainda os trabalhadores, quando se aproximam as legislativas de 26 de junho, antes de denunciarem "sanções" contra jornalistas que denunciam esta situação.

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