O presidente da Venezuela garante que traçou um plano, acertou pagamentos, comprou todo o pernil existente no país, mas precisava de importar mais para cumprir a promessa de entregar a seis milhões de famílias que recebem o cabaz de alimentos do governo. Mas o pernil de Natal não chegou.
Num discurso transmitido na televisão, Nicolás Maduro culpa Portugal. "O que se passou com o pernil? Fomos sabotados e posso dizer de um país em particular, Portugal. Estava tudo pronto, comprámos todo o pernil que havia na Venezuela, mas tínhamos que importar. Mas perseguiram-nos a conta bancária, perseguiram os dois barcos gigantes que vinham e sabotaram-nos."
Apesar da "sabotagem", Maduro garante que ao povo da Venezuela não faltou a alegria do Natal.
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Também o vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), Diosdado Cabello, aproveitou um programa televisivo para acusar Portugal por se ter assustado com os norte-americanos. "Os portugueses comprometeram-se, os gringos assustaram-nos e não mandaram o pernil e estamos em apertos", disse.
Diosdado Cabello defendeu que a falta de pernil, tal como a falta de gasolina que a Venezuela enfrenta, faz parte de uma estratégia da direita no país para gerar mal-estar e conflitos dentro do próprio povo. "Existem componentes que nós não produzimos e que quando vamos comprar fora os 'gringos' bloqueiam-nos", explicou, "é um ataque contra o povo da Venezuela".