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O maior grupo político do Parlamento Europeu, o PPE, reúne-se esta quarta-feira para decidir o futuro do partido húngaro Fidesz de Viktor Orban, dentro desta família política europeia, que partilha com o PSD e com o CDS.
Os dois partidos portugueses integram uma lista de 13, os quais assinaram uma carta dirigida à liderança do PPE, para pedirem que seja desencadeado o processo que, no limite, pode levar à expulsão do Fidesz, "embora possa também ter uma sanção tipo suspensão", admite o vice-presidente do PPE, Paulo Rangel.
"O primeiro-ministro Viktor Orban na Hungria, põem em causa os valores essenciais do PPE", vincou Rangel, em declarações ao TSF, dizendo que um dos exemplos é a demonstração de "uma atitude demasiado antieuropeia, para aquilo que seria de esperar num membro de um partido do PPE".
Ouça a peça do correspondente da TSF em Bruxelas, João Francisco Guerreiro
Mas, "ainda mais grave" é, por exemplo, "a questão da liberdade de expressão, ou a questão da autonomia da sociedade civil, especialmente com encerramento da Universidade Central Europeia, que deixou de funcionar em Budapeste ou a questão da independência judicial", lamenta Paulo Rangel.
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A questão é que "os critérios para que um país possa fazer parte deste clube [da União Europeia], são o respeito pelos valores das democracias ocidentais, como o da separação de poderes, o respeito pela liberdade dos povos", frisa o candidato do CDS às eleições europeias, Nuno Melo, dando ainda um exemplo do campo "estritamente partidário", no qual, considera que Orban também está em falta. Ou seja, "não é normal que um partido do PPE possa fazer campanha, usando como arma, em seu benefício, os próprios dirigentes europeus do partido a que pertence".
Rangel esclarece que, pela violação destes princípios, foi "ativado o processo", que tem várias fases, e "não significa que a votação venha a ser ganha", ou seja, "pode não desencadear uma verdadeira expulsão". Isto porque, "há um conjunto de condições que foram postas, para que o processo não avançasse e não culminasse numa expulsão".
"O nosso objetivo é também pedagógico", frisa Nuno Melo, considerando importante, nesta fase, "chamar Viktor Orban às boas práticas, aos bons valores e aos bons princípios e tentar fazer com que ele perceba o óbvio", isto é, que "ser parte da União Europeia não dá apenas direitos, mas implica obrigações".