Sem água potável nem comida. "As crianças não jantaram. Estão com fome"

A ajuda humanitária demora a chegar a um dos muitos abrigos da população da Beira. A enviada da TSF esteve na Escola Secundária Agostinho Neto.

Mais de uma semana após a passagem do ciclone Idai, que deixou a região da Beira completamente devastada, a população anseia pela ajuda, nomeadamente alimentos e água potável.

A TSF esteve na Escola Secundária Agostinho Neto, no centro da cidade da Beira, que nos primeiros dias da tragédia foi um centro de refúgio para quase 900 pessoas. No entanto, a confusão fez com que parte da população fosse transferida para outras instalações.

Numa cozinha improvisada, ouve-se uma voz de desespero. "A comida não está a chegar. É muito pouco. Não chega para toda a gente. Há muitas crianças aqui. Estão com fome, à noite não jantaram", explicou uma das sobreviventes que confecionava farinha de soja e amendoim na única panela que ainda existe, em cima das chapas que voaram dos telhados no dia da tragédia.

"Não temos água suficiente. Estamos à rasca. Ajuda não chegou ainda. Há apenas uma panela", confessou.

À medida que a ajuda chega a Maputo e, mais tarde, à Beira, as equipas de resgate que já se encontram no terreno continuam na esperança de encontrar sobreviventes em zonas ainda isoladas.

O balanço provisório da passagem do ciclone Idai subiu este sábado para 417 mortos confirmados pelas autoridades moçambicanas.

A presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade e antiga ministra da Educação em Moçambique, Graça Machel apontou que o número de pessoas afetadas pelo ciclone Idai poderá ultrapassar os três milhões de pessoas.

Leia aqui tudo sobre o ciclone Idai

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