Uma guerra fria tecnológica. China proíbe venda de vários modelos de iPhone

Decisão inédita cai como uma bomba na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.

Um tribunal chinês proibiu a venda e importação da maioria dos modelos de iPhone, incluindo o iPhone 6S, iPhone 6S Plus, iPhone 7, iPhone 7 Plus, iPhone 8, iPhone 8 Plus e o iPhone X.

Em causa está um processo da Qualcomm contra a Apple, a decorrer nos tribunais de todo o mundo. A fabricante norte-americana de microchips que alega que a Apple violou duas das suas patentes, uma relacionada com a edição de imagens e outra com o ecrã do smartphone.

Ao dar razão à Qualcomm, o tribunal suspende preliminarmente as vendas de vários modelos smarthones que, segundo a CNN , epresentam entre 10% a 15% das vendas de iPhones na China.

O bloqueio não se aplica aos modelos mais recentes - iPhone XS, iPhone XS Plus ou iPhone XR, por não estarem ainda no mercado quando os processos deram entrada nos tribunais.

A decisão foi anunciada publicamente na segunda-feira, mas já entrou em vigor na semana passada. Contudo a Apple assegura que todos os modelos do iPhone continuam disponíveis na China.

"O esforço da Qualcomm para proibir nossos produtos é outro movimento desesperado de uma empresa cujas práticas ilegais estão a ser investigadas por reguladores em todo o mundo", disse a Apple, que recorreu da decisão do tribunal.

A tecnologia no da guerra

As proibições produtos raramente são concedidas judicialmente, pelo que a surpresa da decisão aumenta a ameaça de escalada da guerra comercial entre China e Estados Unidos.

Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping acordaram uma trégua comercial de 90 dias, mas se após esse prazo os dois países ainda não tiverem chegado a acordo o presidente norte-americano ameaça impor tarifas sobre basicamente todas as exportações chinesas para os Estados Unidos que ainda não estão sujeitas a impostos de importação.

Também a detenção no Canadá da filha do fundador da Huawei, Meng Wanzhou, a pedido dos Estados Unidos, está a aumentar a tensão entre os dois países.

A também diretora financeira da gigante chinesa das telecomunicações pediu esta segunda-feira a um tribunal de Vancouver para ser libertada sob fiança, alegando razões de saúde, mas a audiência acabou por ser suspensa sem nenhuma decisão fosse anunciada,

Após a detenção de Meng Wanzhou, a China convocou no domingo o embaixador dos Estados Unidos em Pequim (um dia antes já tinha convocado o embaixador do Canadá) para pedir a Washington que abandone o pedido de extradição, mas sem sucesso.

A diretora financeira é suspeita ter violado as sanções impostas ao Irão pelos EUA, ao mentir a vários bancos sobre uma subsidiária da Huawei com o objetivo de obter acesso ao mercado iraniano entre 2009 e 2014.

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