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A 12.ª edição do concurso promovido pela Comissão Vitivinícola da Região do Dão registou elevada adesão de participantes, fator que denota a vitalidade de uma parcela do território nacional que se estende por 16 concelhos de três distritos do Centro de Portugal.
Na entrega de prémios, realizada no Porto, foram distinguidos mais de quatro dezenas de vinhos das sete sub-regiões tuteladas pela referida CVR do Dão presidida por Arlindo Cunha -- 28 medalhas de ouro, 11 de prata e quatro de platina - e atribuído o prémio de vencedor absoluto ao Casa da Passarella/Villa Oliveira 2017, um branco considerado pelo enólogo Paulo Nunes como "a exaltação da casta encruzado".
O produtor do concelho de Gouveia foi ainda distinguido com uma medalha de platina, atribuída ao Casa da Passarella/Abanico Reserva 2019.
Na hora da consagração, o enólogo Paulo Nunes sublinhou "a heterogeneidade da região do Dão" e adiantou que "há um caminho ainda a explorar, em cada parcela e em cada sub-região, e um trabalho a fazer ao nível das castas".
A distinção platina foi igualmente atribuída ao Casa de Santar/Vinha dos Amores Blanc de Blancs, um espumante feito, em 2013, com uvas de 29 parcelas da Casa de Santar, teve 60 meses de estágio e sofreu uma segunda fermentação em contacto com as borras.
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Com uma experiência de 34 anos a fazer espumantes, o enólogo Osvaldo Amado, salientou que "o Dão, uma região entre serras, tem grande potencial neste domínio".
A caminho dos 60 anos de existência, a Adega Cooperativa de Penalva do Castelo, a maior entre os seus pares da região demarcada do Dão, viu reconhecido, de novo, o trabalho de elevada qualidade que tem vindo a realizar nos últimos tempos, desde o pioneirismo na produção de monocastas à recuperação de castas abandonadas, caso da tinta pinheira e do alfrocheiros, entre outras.
A medalha de platina conquistada pela Adega de Penalva Reserva 2017, que incorpora as castas touriga nacional, jaen e tinta roriz, identifica a região do Dão. É um vinho de algum modo clássico feito de acordo com padrões de modernidade.
Outra das medalhas de platina foi atribuída ao Ladeira da Santa Grande Reserva, um vinho de 2017, feito com uvas de uma vinha em Tábua, no extremo sul da Região Demarcada. É um cem por cento touriga nacional, muito equilibrado e com volume e tem a assinatura do enólogo João Cunha.
Com a atribuição destes prémios ficou demonstrado o enorme potencial da região do Dão, berço da casta touriga nacional.