Lisboa, 02 jul 2019 (Lusa) - O júri do Prémio Novos Artistas Fundação EDP 2019 destacou hoje, em Lisboa, a "coerência da pesquisa e do discurso" da artista vencedora Diana Policarpo, com uma instalação multimédia que explora questões ambientais, sociais, políticas e culturais.
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Além do prémio entregue a Diana Policarpo, artista visual e compositora de 33 anos, no valor de 20 mil euros, para apoiar o seu trabalho de criação e investigação, o júri decidiu distinguir Isabel Madureira Andrade com uma menção honrosa.
Na ata, o júri destacou "a coerência da pesquisa e do discurso" da artista Diana Policarpo, que se traduziu "numa inovadora instalação multimédia com grande valorização da componente sonora, criando um ambiente imersivo que assegura uma grande eficácia na relação do conceito idealizado pela artista com a sua concretização no espaço".
Um dos membros do júri, Jochen Volz, diretor da Pinacoteca de São Paulo, disse aos jornalistas, no final da cerimónia de anúncio do vencedor, que "a obra de Diana Policarpo destacou-se pela pesquisa muito ampla realizada, num trabalho muito focado, e uma apresentação no espaço muito original", que envolve o som, a imagem, texto, áudio, luz e temperatura.
Sobre os finalistas, Volz destacou que as obras apresentadas "são o retrato da produção artística de uma geração".
Relativamente ao trabalho de Isabel Madureira Andrade, o júri quis entregar uma menção honrosa "como incentivo à mais jovem concorrente, pela energia e técnica reveladas na sua pintura".
Destacando o "trabalho hercúleo" do júri, devido à "qualidade e variedade" dos trabalhos a concurso, Miguel Coutinho, diretor-geral da Fundação EDP, destacou este prémio, a par do Grande Prémio Fundação EDP Artes, como "um pilar na estrutura e atividade cultural" da entidade.
Isabel Madureira Andrade, AnaMary Bilbao, Dealmeida Esilva, Mónica de Miranda, Henrique Pavão e Diana Policarpo eram os seis artistas finalistas apurados nesta 13.ª edição do galardão, e as suas obras inéditas estão em exposição, desde 15 de maio, no museu.
Com uma periodicidade bienal, o prémio, criado pela Fundação EDP, destina-se à revelação de novos valores da criação nacional no domínio das artes plásticas, e a edição deste ano teve como curadores Inês Grosso, Sara Antónia Matos e João Silvério.
O júri internacional do prémio foi composto por Andrea Lissoni, curador sénior da Tate Modern, de Londres, António Mexia, presidente da Fundação EDP, Artur Barrio, artista luso-brasileiro vencedor da última edição do Grande Prémio Fundação EDP Arte, Jochen Voltz, diretor artístico da Pinacoteca de São Paulo, José Manuel dos Santos, diretor cultural da Fundação EDP, Miguel Coutinho, diretor-geral da Fundação EDP, e Natxo Checa, diretor da Galeria Zé dos Bois, em Lisboa.
Nas obras inéditas que os artistas têm em exposição são abordadas, em diversos suportes, temáticas que vão desde a exploração da cor e de materiais, à denúncia de impactos ambientais no Nepal.
Este ano foram recebidas 530 candidaturas ao galardão, e, destas, escolhidos os finalistas que receberam uma bolsa de criação das novas obras a concurso.
A exposição das obras criadas propositadamente para o prémio vai prolongar-se até 09 de setembro.
O Prémio Novos Artistas Fundação EDP, instituído em 2000, tem distinguido artistas como Joana Vasconcelos, Leonor Antunes, Vasco Araújo, Carlos Bunga, João Maria Gusmão e Pedro Paiva, João Leonardo, André Romão, Gabriel Abrantes, Priscila Fernandes, Ana Santos, Mariana Silva e Claire de Santa Coloma.