"Prevê-se que já no próximo ano as redes 4G (quarta geração de tecnologias associadas aos dados móveis) passem a coexistir com as redes 'wi-fi' nas chamadas bandas não-licenciadas, nomeadamente em ambientes interiores", disse à Lusa o investigador Rui Campos, do Centro de Telecomunicações e Multimédia (CTM) do INESC TEC.
Geralmente, continuou, as redes consistem num conjunto de pontos de acesso dimensionados para um número máximo de utilizadores em simultâneo que, no entanto, só estão conectados em determinados períodos do dia.
A utilização simultânea das duas redes levará a um aumento do número de pontos de acesso e, consequentemente, do consumo de energia.
Devido a isso, e antecipando o que poderá acontecer no futuro, a equipa do INESC TEC está a investigar novas soluções para reduzir o consumo de energia dos pontos de acesso, quando ambas as tecnologias coexistirem no mesmo espaço, sem comprometer o seu desempenho.
Desta forma, será possível reduzir a fatura energética das empresas, através da gestão inteligente das redes utilizadas e da configuração dos pontos de acesso que as constituem em cada momento, acrescentou o investigador.
A gestão inteligente será feita com base na identificação dos padrões de utilização da rede, tirando partido de mecanismos de análise e deteção do tráfego, ligando e desligando pontos de acesso 4G e 'wi-fi' em função das necessidades de utilização.
Este projeto, pioneiro a nível internacional, iniciou em outubro de 2017 e terá a duração de dois anos. Com um investimento total de 610 mil euros, é financiado pelo programa Portugal 2020.
Para além da equipa do INESC TEC, que inclui os investigadores Rui Campos, Paulo Silva, Tiago Oliveira, Nuno Almeida, José Ruela e Manuel Ricardo, participa ainda no UGREEN a empresa Eurico Ferreira, que lidera o projeto.
