A vitória de Passos Coelho e do PSD nas eleições legislativas de domingo, em que a direita conseguiu a maioria absoluta graças ao terceiro lugar do CDS-PP, merece destaque na imprensa europeia desta segunda-feira.
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«Larga vitória da direita nas legislativas portuguesas», titula o francês Le Monde, título bastante semelhante ao escolhido pelo Le Point, «Larga vitória dos sociais-democratas em Portugal», e também pelo Libération, «Larga vitória da direita em Portugal».
Ainda nas páginas de Internet dos jornais franceses, o Le Parisien diz que «O primeiro-ministro (foi) varrido nas legislativas», enquanto o Le Fígaro destaca a «Maioria absoluta para a direita em Portugal».
Em Itália, o jornal La Stampa diz que «Portugal vira-se para o centro-direita» e que «A Coelho compete gerir a crise». Já o Corriere della Sera indica em que «Portugal, vence o centro-direita».
Nos jornais ingleses, o Guardian refere que as eleições «resultam em mais um governo de esquerda expulso do poder na Europa por causa da crise económica, com os socialistas a pagar pela acentuada crise que forçou o país a pedir um pacote de ajuda financeira».
No Times lê-se que um «governo de centro-direita será bem vindo pelos investidores, que perderam a confiança em Portugal, afundando as suas obrigações e elevando as taxas de juro sobre os empréstimos para valores recorde».
O Telegraph dedica apenas uma breve ao assunto, notando a derrota dos socialistas, enquanto o Independent refere a «profunda austeridade» que espera os eleitores.
O Financial Times considera que o resultado demonstra uma «vitória conclusiva» do PSD e que «abre caminho a um governo de coligação de centro-direita para implementar o programa de resgate de 78 mil milhões de euros».
Em Espanha, o diário Publico destaca na sua edição online: «Sócrates demite-se como líder dos socialistas portugueses» e sublinha que «o centro-direita varre o PS».O jornal El Pais afirma que «os eleitores castigaram o primeiro-ministro, José Sócrates, que apresenta a sua demissão, e dão uma ampla vitória aos conservadores do PSD».
O conservador El Mundo também dá destaque às eleições, considerando que «Portugal dá uma volta política e elege o conservador Coelho para a gestão da sua crise», notando que a abstenção «pode ser a maior da democracia» portuguesa.
Na Alemanha, o resultado das eleições «foi uma sonora bofetada para Sócrates», segundo o matutino de economia Handelsblatt, que acrescenta que os portugueses «foram duros a julgar o primeiro-ministro», em tempos de crise.
O Frankfurter Allgemeine, jornal do mundo dos negócios, disse na sua edição electrónica que «os sociais-democratas conservadores tiveram uma vitória estrondosa, enquanto os socialistas registaram grandes perdas».
O liberal Sueddeutsche Zeitung falou de uma «derrocada» do PS, lembrando que foi o pior resultado eleitoral deste partido nos últimos 20 anos.
«Governo socialista sofre pesada derrota, portugueses castigam José Sócrates e entregam governo aos conservadores», destaca, por sua vez, o Die Welt.
Quanto ao Spiegel Online, na edição electrónica mais lida na Alemanha, fala também em «castigo» para Sócrates, acrescentando que Portugal, «país assolado pela crise, vai mudar de governo» e este terá de aplicar já a partir de Julho as medidas de austeridade do pacote de ajuda externa do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia.