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Situa-se a 300 km de Cabul, o que se traduz em nove horas de viagem de autocarro, ao longo de um caminho com vários pontos de controlo dos taliban. O aeroporto de Mazar i Sharif tornou-se a esperança para os afegãos quando o aeroporto de Cabul deixou de ser um ponto de fuga viável.
Nos últimos dias, centenas de afegãos conseguiram embarcar em aviões fretados, com o financiamento coletivo de indivíduos e de empresas. Graças a esta ajuda, trabalhadores de agências humanitárias, funcionários de algumas empresas e também jornalistas estrangeiros, quase 700 pessoas, conseguiram lugar em dois voos, que lhes permitiram sair do Afeganistão. São casos felizes que contrastam com o desespero, mas nem todas as histórias terminam desta forma. Centenas de pessoas continuam à espera em Mazar i Sharif, e há um desespero que se percebe na voz de uma mulher que faz parte de um grupo que defende os direitos das afegãs. Em entrevista à AFP, conta que está a tentar fazer sair do país um grupo de jovens afegãs e respetivos familiares, mas sente-se "esgotada" porque "nada acontece". Os Estados Unidos estão a ser acusados de não entregarem os documentos necessários para que os afegãos possam partir.
Apesar das críticas, o secretário de Estado norte-americano Anthony Blinken garantiu na quarta-feira que a mensagem dos Estados Unidos para os taliban foi muito clara: devem deixar sair os voos fretados, e quem quiser sair pode abandonar o Afeganistão em segurança.