"Alarme e preocupação." Esboço da Cimeira do Clima quer países ricos a ajudar mais pobres em "década crítica"

Este primeiro esboço manifesta alarme e preocupação pelo facto de as atividades humanas terem causado até à data quase 1,1 °C de aquecimento global e de os impactos já estarem a ser sentidos em todas as regiões.

Já foi divulgado o primeiro documento que contém diretrizes para celebrar acordos entre os diversos países durante a Cimeira do Clima, em Glasgow. O encontro visa sobretudo debruçar-se sobre a necessidade de os Estados cortarem nas emissões de carbono, de forma a evitar que as temperaturas subam acima dos já 1,5º C estipulados.

Mas não são apenas as emissões de carbono que preocupam o grupo redator: os países são estimulados a procurarem outras fontes de preocupação que contribuem para as emissões de gases do efeito de estufa. Não faz, ainda assim, nenhuma referência explícita ao fim do uso de petróleo e gás.

Este primeiro parecer reitera o apelo aos países para que cortem perto de metade das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

O texto menciona a necessidade de reduzir as emissões em 45% até 2030 em relação aos níveis de 2010 e atingir "neutralidade carbónica líquida" em meados do século. Tal implica que os países só emitam para a atmosfera a quantidade de GEE que pode ser absorvida novamente por meios naturais ou artificiais.

Nas conclusões já publicadas, neste primeiro esboço, os países ricos são exortados a auxiliarem as nações mais pobres durante este processo rumo à neutralidade, com uma quantia de cem mil milhões de dólares por ano. Este é, aliás, um dos temas que mais tem gerado controvérsia, já que os Estados mais pobres acusam as potências de não contribuírem o suficiente. O documento observa, "com grande preocupação", que a atual provisão de financiamento climático para a adaptação é insuficiente para responder ao agravamento dos impactos das alterações climáticas nos países em desenvolvimento.

Trata-se de um documento com sete páginas, focado sobretudo na adaptação à transição climática, mas que ainda sofrerá diversas alterações, contribuindo para essas adaptações as contestações dos países envolvidos na discussão e das associações ambientalistas.

No entanto, o esboço já existente manifesta alarme e preocupação pelo facto de as atividades humanas terem causado até à data quase 1,1 °C de aquecimento global e de os impactos já estarem a ser sentidos em todas as regiões, bem como salienta a urgência de uma maior ambição e ação em relação à adaptação e financiamento nesta década crítica para colmatar as lacunas entre os atuais esforços e os caminhos necessários para atingir os objetivos.

O esboço já redigido pede aos países uma "significativa e efetiva ação nesta década crítica". Um dos passos que merece, para já, maior destaque é a solicitação de revisão dos planos de corte das emissões carbónicas. Para esse fim, o rascunho insta as partes a "revisitar e fortalecer as metas para 2030 nas suas contribuições nacionalmente determinadas, conforme seja necessário, para se alinharem com a meta de temperatura do Acordo de Paris até o final de 2022".

O documento também pede que os países acelerem a eliminação do carvão e dos subsídios às empresas de combustíveis fósseis, mas não apresenta datas ou metas firmes sobre esta matéria.

O que quer que saia da reunião em Glasgow tem que ser aprovado por unanimidade por quase 200 nações representadas nas negociações.

Mais Notícias

Outros Conteúdos GMG

Patrocinado

Apoio de