- Comentar
A União Europeia deu luz verde ao mais amplo pacote de sanções alguma vez proposto por Bruxelas. Além das sanções dirigidas a Moscovo, os líderes europeus pediram à Comissão para agravar as medidas, e incluir também a Bielorrússia no raio de ação da mais dura opção diplomática.
Relacionados
Proteção dos civis deve ser "prioridade número um", frisa Guterres
Vários governantes expressaram preocupação com a atuação de Vladimir Putin. O chefe do Governo polaco, Mateusz Morawiecki afirma que depois do ataque à Ucrânia, Putin é uma ameaça para a Europa e deve ser travado.
"Ele ameaçou a integridade territorial de um país no meio da Europa, temos de o parar", afirmou várias vezes, nas declarações aos jornalistas, à margem da cimeira, considerando que o que está em causa, depois do ataque à Ucrânia, é "a autonomia estratégica da União Europeia". "Temos que pará-lo", vincou.
Os governantes dos países vizinhos da Rússia, foram os mais insistentes a pedir o agravamento de sanções. O presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda entende que a União Europeia tem de alargar as sanções aos que ajudaram o ataque de Moscovo, e a Bielorrússia também deve ser penalizada, depois de ter servido de base para o ataque Russo à Ucrânia. "Isto é horrível e deve ser condenado, não apenas com palavras, mas sim com ações".

Leia também:
Explosões em Kiev, sanções à Rússia em cinco frentes. Costa alerta para efeitos económicos
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Entre as ações possíveis está a eliminação da Rússia do sistema internacional de pagamentos bancários, SWIFT. O Conselho está dividido sobre esta opção.
Os países do Báltico e a Polónia entendem que a União deve avançar com a medida, mas os representantes de estados como a Alemanha, Itália ou Chipre, pensam que o passo não deve ser dado.
Ainda assim, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell diz que a opção não está excluída, e "cabe aos chefes de Estado ou de governo decidirem".
Josepp Borrell defende uma condenação firme da parte da União Europeia, numa altura em que "a via diplomática está completamente ultrapassada".
"Um poder nuclear, um país que tem a arma nuclear, está a lançar um ataque brutal contra o seu vizinho?", questionou, considerando que a situação torna-se ainda mais grave com a ameaça nuclear dirigida a qualquer Estado que haja de forma solidária com a Ucrânia.
Esta quinta-feira, na declaração em que anunciou o ataque, Vladimir Putin avisou que não permitiria "interferências", sob pena de receber "resposta imediata da Rússia", com "consequências que nunca enfrentaram antes na sua história".
"Estamos prontos para qualquer desenvolvimento de eventos. Todas as decisões necessárias foram tomadas a este respeito. Espero que me tenham ouvido bem", afirmou.
Vladimir Putin "está a ameaçar todos os que podem vir ajudar a Ucrânia. A ameaçar com o uso de armas nucleares. Dá para entender quanto isto é grave?", lançou o chefe da diplomacia europeia, numa declaração à margem da cimeira europeia.
Ouça a reportagem da TSF em Bruxelas.
Democracia
Defendendo a via democrática, o presidente Lituano critica o que considera ser a intenção de Putin, de mudar o governo ucraniano.
"Acredito firmemente no direito de uma nação para escolher um presidente, para escolher um parlamento, para escolher um governo. Mais ninguém pode decidir quem pode ser o presidente da Ucrânia", afirmou Gitanas Nauseda.
Uma opção que não colheria apoio a União Europeia, é o que afirma o chefe do governo irlandês, Micheál Martin. "Seguramente que não. Nós apoiamos o governo eleito democraticamente na Ucrânia, e vamos continuar a fazê-lo".
O primeiro-ministro Letão, Krišjānis Kariņš critica as justificações de Moscovo para a invasão, dizendo que, tal como a letónia, a Ucrânia tem todas as razões para querer aderir à nato.
"A Nato é uma Aliança defensiva a que países como o meu querem aderir. Porquê? Porque nos sentimos ameaçados pela Rússia".
Sanções
O Conselho Europeu pediu à Comissão para endurecer as medidas, com um "novo pacote de sanções" que "inclua também a Bielorrússia", considerando que o regime liderado por Alexander Lukashenko deve igualmente ser "condenado pelo envolvimento na agressão contra a Ucrânia",
Na reunião de emergência convocada para a noite desta quinta-feira, os líderes europeus condenaram "com a maior veemência" a agressão militar à Ucrânia, considerando que a Rússia está a violar "grosseiramente" a ordem internacional e os princípios da Carta das Nações Unidas.
Exigiram também à Rússia para cessar imediatamente as ações militares, e que "retire incondicionalmente todas as forças e equipamento militar do território da Ucrânia".
As tropas no terreno devem igualmente permitir "o acesso humanitário seguro e desimpedido, e assistência a todas as pessoas necessitadas".
No texto das conclusões do Conselho Europeu lê-se que os 27 vão atribuir "total responsabilidade" à Rússia pelo "ato de agressão", lançado sobre o território de um "Estado soberano",
No documento, os líderes europeus exigem que a Rússia seja responsabilizada por "toda a destruição e perda de vidas humanas", que vier a resultar desta guerra em solo europeu.
ACOMPANHE AQUI TUDO SOBRE O CONFLITO ENTRE A RÚSSIA E A UCRÂNIA