America Countdown... 18 dias. O tempo começa a esgotar-se para Donald Trump

Germano Almeida, autor de quatro livros sobre presidências americanas, faz na TSF uma contagem decrescente para as eleições nos Estados Unidos. Uma crónica com os principais destaques da corrida à Casa Branca para acompanhar todos os dias.

1 - O TEMPO COMEÇA A ESGOTAR-SE PARA DONALD TRUMP. Ainda tudo pode acontecer: Joe Biden é favorito, mas Donald Trump pode ser reeleito. O democrata mantém vantagem sólida, com cerca de 10 pontos de avanço nas sondagens nacionais e vantagens ligeiramente inferiores, mas significativas, nos estados decisivos. Biden lidera na Pensilvânia, no Michigan, no Wisconsin, no Arizona, na Florida e até na Carolina do Norte. Ohio e Geórgia estão em empate técnico (mas a mais recente sondagem para aquele estado sulista dá sete pontos de avanço a Biden, o que é muito significativo da atual tendência da corrida). Estados como Virgínia, Colorado, New Hampshire, Minnesota ou Nevada já nem são considerados "battleground", já aparecem na coluna Biden. No atual cenário, era "landslide" Biden. Só haverá mais um debate. Três semanas é muito tempo, mas, nesta fase, a tendência parece estável no sentido da derrota de Trump, caso os votos sejam devidamente contados. A questão começa a ser cada vez mais sobre possível supressão (de acesso das minorias ao voto e de possíveis problemas com o voto por correspondência), já não tanto pela persuasão (os indecisos são muito poucos, algures entre 7% e 10%, menos do que a diferença entre Biden e Trump em muitas sondagens). Trump parece ter desistido da conquista dos indecisos. Está a apostar na escalada de ameaça do caos e na tática de evitar que o eleitorado democrata veja o seu voto validado.

2 - "PERIGOSAMENTE INCOMPETENTES". Pela primeira vez numa história de 208 anos, o "New England Journal of Medicine", uma das mais prestigiadas publicações científicas do mundo na área da medicina, tomou posição numa eleição presidencial norte-americana. Através de um editorial duríssimo para a atual Administração americana, acusou-a de ter resposta incompetente na gestão da pandemia. "Esta crise produziu um teste à liderança. Sem boas opções para combater o novo patogénico, os países foram forçados a fazer escolhas difíceis sobre a forma de responder. Aqui, nos EUA, os nossos líderes falharam esse teste. Pegaram numa crise e tornaram-na uma tragédia (...). Os nossos líderes clamam imunidade pelas suas ações. Mas estas eleições dão-nos o poder de fazer o julgamento. As pessoas razoáveis vão certamente discordar das muitas posições políticas tomadas pelos candidatos, mas a verdade não é liberal nem conservadora (...). No que diz respeito à reposta à maior crise política de saúde do nosso tempo, os nossos atuais líderes políticos demonstraram que são perigosamente incompetentes. Não devemos incitá-los e aceitar a morte de mais milhares de norte-americanos, permitindo que mantenham o seu emprego".

UMA INTERROGAÇÃO: Que relevância terão os "endorsements" de revistas, jornais e personalidades fora da política?

SONDAGEM PARA A GEÓRGIA

Joe Biden 51-Donald Trump 44 (Quinnipiac, 8 a 12 outubro)

Donald Trump bateu Hillary Clinton há quatro anos na Geórgia por 50-45

*autor de quatro livros sobre presidências americanas

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