Germano Almeida, autor de quatro livros sobre presidências americanas, faz na TSF uma contagem decrescente para as eleições nos Estados Unidos. Uma crónica com os principais destaques da corrida à Casa Branca para acompanhar todos os dias.
1 - KAMALA A ASSUMIR A POSIÇÃO DE ATAQUE
Um dos motivos que terão levado Joe Biden a escolher Kamala Harris para sua número 2 é a forte capacidade que a senadora democrata pela Califórnia tem de ser clara e acutilante, mesmo nos temas mais delicados. Em entrevista à jornalista Dana Bash, da CNN, atirou: "Não confiava totalmente na palavra de Trump no que se refere a uma vacina". "Ele não se tem mostrado fonte confiável, sobretudo nestes temas relacionados com ciência e medicina". Ouch. E Kamala disse mais: "Teoricamente, interferência russa pode impedir uma vitória Biden nas urnas. Servi no Comité de Inteligência do Senado e sei, tenho provas, que os russos interferiram na eleição 2016".
2 - A IDADE COMO PRINCIPAL PROBLEMA
Joe Biden terá, quando tomar posse caso ganhe as eleições de novembro, 78 anos - justamente a idade do ministro mais velho de todos os países de União Europeia, o sociólogo espanhol Manuel Castells. E tem quase mais meio século que o ministro mais jovem de todos os governos europeus: Michal Wos, jurista polaco de 29 anos, ministro do Ambiente do governo de Varsóvia. E terá mais um quarto de século que a média de idades dos chefes de governo da União Europeia. Quanto é que isso vai verdadeiramente contar? Será que o peso da vontade de correr com Trump da Casa Branca (declarado por milhões de americanos) vai revelar-se maior que o receio em avalizar a eleição de alguém que caminha a passos largos para os 80 anos? Só a 3 de novembro teremos a resposta para esta dúvida fundamental. É claro que o facto do candidato republicano ter só menos quatro anos pode minimizar esse impacto negativo - mas é verdade que o tema idade pesa bem mais par Biden do que para Trump.
UMA INTERROGAÇÃO: Vão as teorias da conspiração alimentadas pela direita radical americana, próximas de Donald Trump, ter alguma influência no resultado final desta eleição?
UM ESTADO: Vermont
Resultado em 2016: Hillary 55,7%-Trump 29,8%
Resultado em 2012: Obama 66,6%-Romney 31,0%
Resultado em 2008: Obama 67,5%-McCain 30,4%
Resultado em 2004: Bush 58,9%-Kerry 38,9%
(nas últimas 12 eleições presidenciais, 5 vitórias republicanas, 7 vitórias democratas)
-- O estado do Vermont tem 625 mil habitantes: 92,6% brancos, 2,0% hispânicos, 1,4% negros, 1,9% asiáticos; 50,6% mulheres
3 VOTOS NO COLÉGIO ELEITORAL
UMA SONDAGEM: Vermont | Não há sondagens para este estado da Nova Inglaterra | o modelo preditivo da Economist dá mais de 99% de probabilidade de triunfo Biden no Vermont