Angolanos ficaram em casa esta sexta-feira em protesto contra o Governo

Iniciativa "No dia 31 de março, fica em casa", organizada através das redes sociais, teve expressão em várias cidades.

PorRita Costa com Carolina Rico
© Ludovic Marin/AFP

A UNITA, maior partido da oposição angolana, defende que o governo de João Lourenço deve refletir sobre o sinal dado esta sexta-feira pelo povo angolano, com a adesão significativa ao protesto pacífico "No dia 31 de março, fica em casa".

A iniciativa que fez muitos angolanos faltar ao trabalho esta sexta-feira partiu de um grupo de ativistas liderado por Nelson Adelino Dambo, conhecido por "Gangsta", em resposta às as dificuldades sociais que o país enfrenta nos últimos anos.

União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) manifestou-se "solidária" com o protesto, disse à TSF o secretário-geral da presidência da UNITA, Diamantino Mussokola.

"Em todas as partes do país as populações ficaram em casa, numas áreas um pouco mais, noutras menos, mas entendemos que todos os angolanos estão unidos naquilo que consideram a repressão dos seus direitos e violação permanente dos direitos humanos, bem como a má governação que está a causar muito desemprego e pobreza."

Para fazer face ao apelo para "ficar em casa", lançado nas redes sociais, o Governo lançou um contraprotesto a que chamou "No dia 31 de março vou bumbar (trabalhar)", mas os primeiros saíram claramente vencedores, diz Diamantino Mussokola.

"Ganhou o apelo para ficar em casa"

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"O Governo colocou muita polícia nas ruas, mas como as pessoas ficaram em casa" não houve incidentes, nota.

Para secretário-geral da presidência da UNITA, o Governo tem de tirar ilações.

"Foi um sinal claro que o Governo deve refletir profundamente para poder melhorar as suas políticas públicas, porque foi uma prova muito concreta que, afinal, o povo, quando quer, age, e realiza e concretiza. Desta vez ficou em casa, mas quem sabe... Se fosse governante podia refletir muito profundamente e procurar melhorar as condições que estão na base dessa insatisfação generalizada."

Diamantino Mussokola diz que o protesto pacífico mostrou que o povo está disposto a agir

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A TSF já tentou contactar o porta-voz do MPLA, partido no poder, mas até ao momento sem sucesso.

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