Angola. Carlos César vê "credibilidade" no apuramento de resultados e pede conciliação entre vencedores e vencidos

O socialista sustenta que Angola tem, em matéria de direito eleitoral, um normativo "muito semelhante" ao que existe nos países europeus, e sublinha que é agora tempo de vencidos e vencedores se unirem.

Carlos César, presidente do Partido Socialista e observador convidado pelo Presidente da República de Angola e pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) do país, defende que estas eleições gerais representam um passo em frente do ponto de vista da democratização do país tendo decorrido de forma organizada e pacífica.

"Creio que se pode dizer que Angola tem hoje, em matéria de direito eleitoral, um normativo muito semelhante àquele que existe para as eleições para o quadro dos países europeus. Foram tomados muitos cuidados, designadamente em áreas como os do recenseamento, como nos processos de apuramento", defenda o socialista em declarações à TSF.

Para Carlos César, a circunstância de em Luanda a UNITA ter uma "vitória expressiva" e de, na província de Cabinda, existir um empate técnico, "mostra que esse escrutínio se aproxima muito de uma configuração que dá a vitória ao MPLA" mas também revela "alguma credibilidade no apuramento dos resultados".

De qualquer modo, acrescenta, os resultados "serão sempre escrutináveis em outras instâncias, desde logo centrais, para além da Comissão Nacional de Eleições e até, se necessário, junto do Tribunal Constitucional".

Com o ato eleitoral terminado, é agora o momento de vencidos e vencedores se entenderem para que Angola possa prosseguir, porque é disso que precisa. O país "precisa de prosseguir na acentuação do caráter pluralista na sua vida política" mas não só, defende o socialista. "Necessita de diversificar a sua economia, de qualificar os seus cidadãos, de combater a pobreza e de ser mais eficaz no combate à corrupção, apesar dos importantes avanços", sustenta.

Para lá chegar, "o que é necessário é que Angola seja capaz de um diálogo interno profícuo, que o partido vencedor respeite os partidos vencidos e que estes queiram colaborar com o partido vencedor", de modo o país "possa aproveitar todo o seu enorme potencial para que se afirme no plano africano e no plano internacional como um país de confiança."

As quintas eleições gerais em Angola perpetuaram a disputa entre os dois principais partidos do país, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, Governo) e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, oposição), que tentam conquistar a maioria dos 220 lugares da Assembleia Nacional.

João Lourenço, atual Presidente, tenta um segundo mandato e tem como principal adversário Adalberto Costa Júnior, líder da UNITA.

Segundo dados provisórios avançados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) angolana, o MPLA (poder) mantém vantagem, com 52,8% das votações, seguido da UNITA (oposição), com 42,8%, quando estão escrutinados 86,41% dos votos das eleições gerais desta quarta-feira.

Com 77,12% dos votos apurados em Luanda, a União Nacional para a Libertação Total de Angola (UNITA) lidera com 62,93% dos votos e o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) segue em segunda posição com 33,06%, anunciou o porta-voz da CNE, Lucas Quilundo.

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