"Arriscais as vossas vidas por todos nós." Zelensky visita soldados em Kharkiv

Esta é a primeira visita de Zelensky fora de Kiev desde o início da invasão russa.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, visitou, este domingo, as tropas ucranianas na linha da frente na região nordeste da Ucrânia, em Kharkiv, anunciou o gabinete do Presidente.

"Quero agradecer a cada um de vocês pelo vosso serviço. Arriscais as vossas vidas por todos nós e pelo nosso país. Obrigado por defenderem a independência da Ucrânia. Cuidem de vocês!", afirmou Zelensky aos soldados, de acordo com um comunicado divulgado pelo gabinete da Presidência e citado pela agência de notícias Reuters.

O Presidente ucraniano também distribuiu "prémios estatais e presentes valiosos aos militares".

Zelensky defendeu ainda que a recuperação dos efeitos da guerra é também uma oportunidade para modernizar o país e as cidades.

"Temos que encontrar recursos, linhas de crédito. O Estado deve assegurar isso em termos de garantias, e os líderes das cidades e regiões devem encontrar grandes projetos e dinheiro", acrescentou.

As declarações do presidente ucraniano surgiram no âmbito de uma reunião de trabalho sobre a situação atual de Kharkiv e a recuperação desta região dos efeitos da guerra, em que ouviu relatos do chefe da Administração Militar Regional (RMA) de Kharkiv, Oleg Synegubov, do presidente da câmara de Kharkiv, Ihor Terekhov, do comando militar e da liderança das agências de aplicação da lei na região.

Esta visita marca a primeira aparição oficial de ​​​​​​Zelensky fora da região de Kiev desde o início da invasão russa da Ucrânia.

O chefe de Estado da Ucrânia disse que há "2229 casas destruídas em Kharkiv e na região", numa mensagem publicada no Telegram, com um vídeo da sua visita a este território no leste do país.

"Vamos restaurar, reconstruir e trazer a vida de volta. Em Kharkiv e em todas as outras cidades e vilas onde o mal chegou", declarou.

Segundo o comunicado da Presidência da Ucrânia, o chefe da RMA de Kharkiv, no âmbito da reunião com Zelensky, informou que atualmente 31% do território da região está ocupado temporariamente, enquanto que 5% foi já libertado dos invasores russos.

"Ainda não somos capazes de inspecionar completamente alguns dos edifícios libertados, realizar uma operação completa de remoção de minas e começar a reconstruir a infraestrutura crítica, enquanto o bombardeio continua. Onde podemos fazer isso remotamente - nós fazemos isso", indicou Oleg Synegubov.

O chefe da RMA de Kharkiv disse que "as ações do exército russo levaram à destruição de 2.229 arranha-céus, dos quais 225 foram completamente destruídos", revelando que os distritos a norte e leste da cidade de Kharkiv sofreram os maiores danos e destruição, inclusive 30,2% do parque habitacional total, de acordo com o comunicado da Presidência da Ucrânia.

Durante a visita à região, Zelensky inspecionou os edifícios residenciais destruídos no distrito de Saltivka e propôs analisar a viabilidade de recuperação de edifícios de painéis danificados, nomeadamente tendo em conta o programa de modernização térmica das habitações.

"Se este já é o caso da guerra, então vale a pena considerar a possibilidade de remover edifícios de painéis em todo o país, especialmente nas áreas destruídas", considerou o presidente ucraniano, defendendo que esta é também uma oportunidade para modernizar o país e as cidades, para construir habitações modernas, inclusive com abrigos antibombas.

O chefe de Estado da Ucrânia observou ainda os prédios administrativos de Kharkiv, que foram destruídos por mísseis russos.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de oito milhões de pessoas, das quais mais de 6,6 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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* Notícia atualizada às 15h40

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