Cerca de 80 polícias ficaram feridos nos dois últimos dias em várias cidades da região marroquina do Rife (norte) no decorrer de confrontos com manifestantes.
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Cinquenta polícias ficaram feridos na segunda-feira em Al-Hoceima, a principal cidade da região, a maioria dos quais devido ao arremesso de pedras, indicou uma fonte do executivo local, citada pela agência noticiosa France Presse.
Na terça-feira, 29 outros polícias ficaram feridos na localidade de Imzuren, perto de Al-Hoceima, onde a situação estava calma, com a exceção de manifestantes a bater em panelas, disse a mesma fonte.
Todos os feridos entre as forças de segurança receberam alta hoje, salientou o responsável. Até ao momento não há balanço do número de feridos entre os manifestantes.
Al-Hoceima é o epicentro de um movimento de contestação ao governo marroquino, que tem vindo a agitar o norte de Marrocos desde há oito meses. O movimento descreve-se como sendo pacífico.
Os militantes locais do movimento relataram que a polícia -- em grande número na região desde maio -- dispersou violentamente qualquer tentativa de reunião de cidadãos.
A associação marroquina de Direitos Humanos indicou que cerca de 150 pessoas terão sido detidas na sequência dos confrontos.
Os manifestantes reclamam a libertação dos mais de 100 militantes do Hirak al-Shaabi (o nome do movimento) detidos em finais de maio, entre os quais o líder do grupo, Nasser Zefzafi.
O Hirak al-Shaabi reivindica o desenvolvimento económico da região, que dizem estar a ser "marginalizada" pelas autoridades em Rabat.
A zona do Rife está há oito meses mergulhada numa atmosfera de tensão e protestos, desde que, em outubro passado, um vendedor de peixe, Mohcin Fikri, de 31 anos, morreu esmagado dentro de um camião do lixo depois de a polícia ter confiscado a sua mercadoria, acusando-o de pesca ilegal.
O incidente foi encarado como uma humilhação e desencadeou um sentimento de indignação em toda a região.