Os testes de ADN provaram que a mulher que alegava ser a neta de María Isabel Mariani afinal não era a verdadeira Clara Anahí Mariani, desaparecida há 39 anos, durante a ditadura militar da Argentina.
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Na véspera de Natal, María Isabel Chorobik de Mariani, conhecida como Chicha, teve uma surpresa. A neta, que procurava há 39 anos, identificou-se no Facebook. A história comoveu o país, mas esta sexta-feira, os testes de ADN entretanto feitos pelo Banco Nacional de Dados Genéticos mostraram que a mulher que dizia ser neta de Chicha não é a verdadeira Clara Anahí Mariani.
A suposta descoberta representava a 120ª neta recuperada pela associação Avós da Praça de Maio, que tem como uma das fundadoras a própria Chicha e cujo objetivo é encontrar os mais de 500 bebés desaparecidos durante a ditadura militar da Argentina.
Segundo o El País, a mulher que se apresentou nesta véspera de Natal como Clara Anahí Mariani já tinha feito testes de ADN, e desde junho sabia que não tinha qualquer relação genética com Chicha.
A neta da ativista é filha de dois membros da guerrilha peronista os Montoneros. Numa manhã de 1976, as forças policiais do regime invadiram a casa e mataram a mãe de Clara e outras quatro pessoas que ali viviam. Só a criança sobreviveu e foi levada pela polícia para ser entregue a outra família.
Desde essa altura, Chicha procura Clara, depois de também o filho, pai da menina, ter sido assassinado em 77. Fundou com outras 11 mulheres a associação Avós da Praça de Maio e em 1996 criou a Fundação Clara Anahí.
No ano passado, com 91 anos, Chicha decidiu alargar as buscas usando as novas tecnologias e começou a escrever cartas abertas no Facebook. Foi por causa desta nova investida que na véspera de Natal pensou ter encontrado a neta. Agora, que os testes de ADN desmentiram a identidade da mulher, Chicha terá que recomeçar as buscas.