A Amnistia Internacional (AI) denunciou que as autoridades marroquinas estão a levar a cabo "uma onda" de detenções de ativistas do movimento de protestos iniciados há sete meses em Al Hoceima.
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Como "onda" de detenções, aquela Organização Não Governamental refere-se a mais de 50 pessoas que foram detidas e estão a ser processadas em Casablanca e Al Hoceima, no norte do país.
"Tememos que esta onda de detenções possa ser uma tentativa deliberada de castigar os manifestantes no Rife por participarem durante meses em protestos pacíficos", afirmou Heba Morayef, responsável da AI na região do Norte de África.
A organização lamentou que tenha disso negado a alguns detidos, entre os quais 'bloggers', o acesso imediato aos seus advogados, enquanto estavam sob custódia policial.
Um total de 32 pessoas estão a ser presentes ao tribunal de primeira instância de Al Hoceima por delitos como "insulto a forças públicas" ou "violência contra eles com feridas premeditadas como consequência".
Outro grupo, com cerca de 20 pessoas, entre as quais o líder do movimento de protestos no Rife, Naser Zafzafi, está sob custódia da Brigada Nacional de Polícia Judicial em Casablanca, açudados de um presumível atentado contra a segurança interna do Estado e recebimento de fundos do estrangeiro.
O governo marroquino assegurou na quinta-feira que respeita todas os direitos legais dos detidos, seja durante a sua perseguição ou processamento, e o princípio de presunção de inocência de todos.
Por outro lado, a organização Repórteres sem Fronteiras denunciou hoje o "assédio" aos jornalistas por parte das autoridades marroquinas durante a cobertura de manifestações em Al Hoceima, dando coo exemplo a expulsão de um jornalista argelino e duas detenções, não especificadas.
A cidade de Al Hoceima tem sido palco de protestos nos últimos seus dias, depois de Naser Zafzafi ter interrompido a oração de sexta-feira numa mesquita da cidade, o que motivou a uma ordem de detenção em seu nome, além da prisão de dezenas de outros ativistas.