Em causa está a oposição do parlamento regional da Valónia, que representa pouco mais de 4 milhões de belgas francófonos. Muitos críticos dão o acordo como "morto".
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Nas instituições europeias reina o otimismo em torno da assinatura do acordo comercial entre a Europa e o Canadá, numa altura em que alguns críticos dão como morto o acordo que pretende eliminar barreiras comerciais.
O problema reside no sul da Bélgica, onde o parlamento da Valónia tem colocado entraves ao longo dos sete anos de negociações. A dois dois dias do prazo limite para o acordo ser assinado, a Bélgica continua dividida, com a região norte a alinhar com todos os países da União Europeia, mas o sul francófono continua a dizer não.
Ainda assim, a Comissão Europeia garante que continua a dar tudo por tudo para um acordo que praticamente toda a Europa considera positivo.
"A Comissão continua a trabalhar para alcançar um resultado positivo das discussões que permitirão à União e ao Canadá de assinarem o acordo que negociaram. A Bélgica está prestes a clarificar a sua posição, nos termos institucionais adequados e de acordo com a constituição, que respeitamos. E agora é precisa paciência", defendeu o porta-voz da Comissão Europeia, Alexander Winterstein.
Bruxelas rejeita falar em atraso na assinatura do acordo que pretende eliminar 98 por cento das tarifas comerciais entre a Europa e o Canadá.
A parte mais polémica do acordo dá às empresas o poder de apresentar queixa contra um estado em que, do ponto de vista de uma multinacional, as leis ponham em causa os interesses comerciais dessa empresa.
É este o principal ponto da discórdia, que faz com que as autoridades representativas de pouco mais 4 milhões de belgas francófonos ponham em causa o acordo para 500 milhões de pessoas só do lado europeu. Mas, Bruxelas mantém os contactos na esperança de que as divergências sejam ultrapassadas.
Sobre a possibilidade do acordo ser desbloqueado até quinta-feira, numa cimeira entre a União Europeia e o Canadá, a comissão não se pronuncia, dizendo que não é altura de entrar em especulações.
Anda assim, esta manhã, numa nota enviada às redações, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz evocou as reuniões de última hora com o governo belga e em particular com a região francófona para se afirmar otimista em relação à assinatura do acordo comercial global entre a Europa e o Canadá.