Países como a França, Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul condenaram fortemente o quinto teste nuclear realizado por Pyongyang. Até a China, aliada da Coreia do Norte, apela à "desnuclearização".
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François Hollande, o presidente francês, "condenou veementemente" o quinto ensaio nuclear realizado hoje pelo regime norte-coreano e apelou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas a responder a esta violação das resoluções", informou a presidência francesa.
"A comunidade internacional deve unir-se face a esta nova provocação que ocorre depois de uma condenação unânime pelo Conselho de Segurança de testes balísticos efetuados pela Coreia do Norte na segunda-feira", acrescentou a presidência francesa em comunicado difundido após a confirmação por Pyongyang deste novo ensaio, "o mais potente até à data", segundo Seul.
Mas também a China manifestou a sua "forte" oposição ao ensaio nuclear realizado pelo seu aliado norte-coreano.
"Hoje a RPDC (República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte) realizou novamente um ensaio nuclear, apesar da oposição geral da comunidade internacional, teste ao qual o governo chinês se opõe veementemente", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em comunicado.
"Apelamos energicamente à RPDC a honrar os seus compromissos em matéria de desnuclearização, a implementar as resoluções do Conselho de Segurança e a evitar qualquer ação suscetível de deteriorar a situação", acrescentou a diplomacia chinesa.
Já o Presidente norte-americano, Barack Obama, advertiu para as "graves consequências", chamando os líderes da Coreia do Sul e Japão para consultas, depois da atividade sísmica detetada perto do centro de testes nucleares norte-coreanos, informou hoje um porta-voz da Casa Branca.
"O Presidente disse que iria continuar a consultar os nossos aliados e parceiros nos próximos dias para garantir que as ações provocadoras da Coreia do Norte são respondidas com consequências graves", disse o responsável para a imprensa na Casa Branca Josh Earnest.
O primeiro-ministro nipónico, Shinzo Abe, considerou hoje, no final de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional do país asiático que o teste nuclear realizado horas antes pela Coreia do Norte constitui uma "grave ameaça" para a segurança do arquipélago.
"Não podemos aceitar, de maneira nenhuma, este teste, nem os 21 lançamentos de mísseis que (a Coreia do Norte) realizou este ano", explicou Abe, segundo um comunicado publicado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, no qual realçou que o teste é "uma grave ameaça para a segurança do Japão numa altura em que Pyongyang está a aumentar a sua capacidade e desenvolvimento de armas nucleares".
Por sua vez, a Presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, qualificou de ato de "autodestruição" o quinto teste nuclear norte-coreano, uma "provocação" que vai isolar ainda mais o país.
"Com este teste nuclear, o regime de Kim Jong-Un apenas vai atrair mais sanções e isolamento. (...) Uma tal provocação vai acelerar ainda mais o caminho para a sua autodestruição", acrescentou.
Um tremor de terra de cerca de 5 graus de magnitude foi detetado às 09:30 locais (01:30 em Lisboa), muito perto da base de testes nucleares de Punggye-ri, cenário de quatro ensaios nucleares anteriores, pelo serviço meteorológico sul-coreano, assim como pelo Centro Sismológico da Europa, Serviço Geológico dos Estados Unidos e agência meteorológica japonesa.