Depois da demissão do autarca de Rotherham, as atenções viram-se agora para o Comissário da Polícia que, entre 2005 e 2010, dirigia os serviços de proteção de menores.
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Autoridades policiais e dos serviços de proteção de menores de Rotherham, na região de South Yorkshire, enfrentam hoje crescentes pressões depois do relatório sobre 1.400 abusos sexuais sofridos por menores, durante 16 anos, nesta localidade no norte de Inglaterra.
O documento, divulgado na terça-feira e que causou comoção no Reino Unido, foi elaborado a pedido da cidade de Rotherham, depois de cinco homens de origem paquistanesa terem sido presos em 2010 por exploração sexual de raparigas, tendo sido assinaladas múltiplas falhas da polícia, autoridades municipais e das agências de proteção de menores.
Entre 2005 e 2010, Shaun Wright, atual Comissário da Polícia de South Yorkshire, esteve à frente dos serviços de proteção de menores da cidade de Rotherham e os abusos registados pelo citado relatório foram cometidos diante da falta de ação das autoridades, por grupos criminosos entre 1997 e 2013.
Apesar de Wright ter pedido desculpas pelas falhas cometidas durante estes anos, os seus rivais políticos exigem hoje que se demita do seu posto, como aconteceu na terça-feira com o autarca de Rotherham, Roger Stone, que deixou o cargo.
O líder do grupo liberal-democrata da cidade de Sheffield, Colin Ross, disse que Wright «era o conselheiro responsável pelos serviços de menores na cidade de Rotherham e também esteve com as autoridades da polícia de South Yorkshire quando ambas as organizações tomaram consciência do nível de exploração sexual de menores e escolheram não fazer nada sobre o assunto».
«É difícil ver como as pessoas dessa localidade poderão confiar nele se continuar nesse cargo», acrescentou Ross.
Já a eurodeputada pelo UKIP para Yorkshire e Humber, Jane Collins, exigiu «categoricamente» a demissão «de todas as pessoas direta ou indiretamente implicadas neste caso».