O julgamento do ex-ministro do Interior, Habib el-Adli, acusado da morte de manifestantes, foi hoje adiado para 26 de Junho, depois de alguma agitação no tribunal envolvendo familiares das vítimas, advogados e forças da ordem.
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A audiência de hoje durou apenas «três ou quatro minutos», dado que a ausência dos acusados (o ministro e seis colaboradores) provocou a ira das famílias, afirmou à AFP a advogada Maha Youssef, presente na sala.
Segundo o mesmo testemunho, havia um cordão policial que impedia que se visse se os acusados estavam no banco dos réus e quando os presentes subiram aos bancos da sala para ver se lá estavam, constataram que não havia ninguém.
A agência oficial Mena falou de caos e de empurrões na sala, tendo a agitação envolvido advogados, familiares das vítimas, polícias e militares.
Habib el-Adli, que foi um dos homens mais poderosos e mais detestados do Egipto, e seis dos seus colaboradores são acusados de ter dado ordens de disparar contra os manifestantes durante o levantamento popular contra o regime de Hosni Mubarak nos meses de Janeiro e Fevereiro.
Segundo um balanço oficial, 846 pessoas foram mortas e milhares ficaram feridas durante a revolta que levaria ao afastamento de Mubarak, a 11 de Fevereiro.
No início de Maio, Habib el-Adli foi condenado a 12 anos de prisão por crimes financeiros, sendo o primeiro responsável do antigo regime a ser punido com pena de prisão.