O Reino Unido voltou a enfrentar na quarta-feira tempestades, que agravaram as inundações no país, provocaram um morto, deixaram quase 150 mil casas sem energia e cancelaram jogos de futebol.
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Segundo um balanço do dia feito pela agência France Presse, um homem morreu eletrocutado quando tentava remover uma árvore tombada sobre linhas elétricas em Wiltshire, no sudoeste de Inglaterra, enquanto 147 mil casas, sobretudo em Gales, ficaram sem energia devido a danos na rede de distribuição.
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Rajadas de cerca de 160 quilómetros por hora atingiram Inglaterra e País de Gales e as águas do rio Tamisa podem alcançar hoje o seu nível máximo em 60 anos, ameaçando cidades e o oeste de Londres.
Mais de 1.100 propriedades ao longo do Tamisa foram inundadas desde 29 de janeiro, informaram as autoridades e as forças militares foram chamadas para operações de socorro e depositar sacos de areia em localidades ameaçadas pelas águas e onde escolas primárias se converteram em centros de emergência.
O serviço meteorológico britânico Met Office emitiu um aviso vermelho, o mais grave da escala, por causa do "vento excecionalmente forte" em partes do País de Gales e noroeste de Inglaterra. Áreas costeiras do oeste inglês podem ser inundadas face à previsão de ondas altas. Catorze avisos de cheias, acompanhados de perigo de vida - foram ativados nas proximidades do Tamisa.
As previsões indicam ainda que a chuva vai cair hoje com força no Reino Unido.
As autoridades declararam mobilização geral no país após críticas à lentidão na resposta ao desastre, estando dois mil militares disponíveis para reforçar centenas já no terreno.
O mau tempo também provocou o adiamento de jogos da primeira liga inglesa na quarta-feira, como o Manchester City-Sunderland e o Everton-Crystal Palace.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, que assumiu o controlo da comissão governamental de resposta ao desastre, disse na quarta-feira no parlamento que "o dinheiro não é o assunto nas operações de socorro".
"Quero que as comunidades atingidas e as pessoas que veem a água junto das suas portas saibam que, quando se chega ao ponto de se envolver os militares, os sacos de areia, quando se chega à reparação de ruturas nas defesas contra as cheias, todas estas coisas, o assunto não é o dinheiro".
Apesar disso, o Governo anunciou na quarta-feira verbas até cerca de seis mil euros para empresários e proprietários de residências atingidos pelas inundações.
O chefe do Governo alertou que mais 800 a mil casas adicionais podem estar ameaçadas devido à subida das águas do Tamisa e pediu os coordenadores da proteção civil que "não pensem duas vezes" se for preciso chamar o Exército.