Motim no partido Conservador. Quantas cartas faltam para expulsar May da liderança?
Theresa May está na corda bamba e o empurrão para o abismo pode vir dentro do seu próprio partido.
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O primeiro a cravar uma faca nas costas de Theresa May foi Jacob Rees-Mogg. Apesar de também pertencer ao partido Conservador, o deputado foi o primeiro a pedir uma moção de censura contra a primeira-ministra britânica.
Agiu em desacordo com o rascunho de acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia, e na sequência de uma onda de demissões no governo, e não foi o único.
Segundo o jornal The Sun, faltam apenas seis cartas para que uma moção de censura dentro do partido Conservador ser ativada pela Comissão 1922, que gere o processo de eleições internas do partido.
Isto significa que pelo menos 42 deputados já se manifestaram contra Theresa May, uma vez que a moção tem de tem de ser subscrita por 48 conservadores, equivalente a 15% do grupo parlamentar de 315 deputados.
Uma vez aprovada a moção de censura no seio do partido, a comissão pode solicitar uma votação no Parlamento. Aqui, se 159 dos 315 deputados conservadores não mostrarem confiança na líder, May é forçada a sair e desencadeada uma eleição para a liderança. Por outro lado, se resistir fica imune durante um ano a nova contestação interna.
O mesmo jornal diz que 25 deputados anunciaram publicamente que submeterem cartas de não-confiança, enquanto outros 17 assumiram em privado que já escreveram a Graham Brady, responsável por recolher os nomes dos defensores da moção de censura, enquanto presidente da Comissão 1922.
A especulação é muita na imprensa britânica. Há também quem diga que Graham Brady já recebeu as 48 cartas necessárias mas está a mantê-las em segredo.
"Westminster é um lugar que adora intrigas", disse ao New York Times Tony Travers, diretor do Instituto de Relações Públicas da London School of Economics. "Os mexericos e conspirações fazem parte da natureza da política britânica; eles adoram."