O Presidente da Federação Russa defendeu hoje a venda de armas por parte do regime russo a Bashar al-Assad, insistindo que apenas a Organização das Nações Unidas pode impor restrições a este comércio, noticia a AFP.
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As afirmações de Vladimir Putin surgem na sequência das críticas feitas aos dirigentes de Moscovo pela venda de armamento ao regime sírio, do Presidente Baschar al-Assad. Sem mencionar a Síria, Putin disse que a Federação Russa podia vender armas a quem bem entendesse.
«Operamos com a premissa de que a única base para limitar as vendas de armas a qualquer país é a existência de sanções por parte do Conselho de Segurança», disse Putin, durante a abertura de uma reunião do governo sobre cooperação técnico-militar.
A Federação Russa é membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, o que lhe dá direito de veto sobre as decisões do mesmo.
«Em todos os outros casos, ninguém, sob qualquer pretexto, pode ditar à Rússia ou a qualquer outro Estado com quem e como deve comerciar», acrescentou, segundo foi publicado no sítio da Presidência russa na internet.
Esta semana, a Turquia acusou a Federação Russa de fornecer «equipamento de guerra» ao governo sírio, através de um avião da companhia área síria, depois de as autoridades de Ancara terem forçado o aparelho a aterrar e lhe apreenderem carga considerada suspeita.
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, disse que a carga incluía equipamento para radar e que estava a ser fornecida legalmente, exigindo a sua devolução aos legítimos donos.
Porém, o incidente levou o Departamento de Estado norte-americano a classificar a política russa para com a Síria de «falência moral».
Putin contudo justifica a atual cooperação técnico-militar com a Síria, defendendo que está fora de qualquer sanção da ONU.
«Sanções e restrições unilaterais ou coletivas, fora do quadro do Conselho de Segurança da ONU, especialmente as que são motivadas politicamente, não são normas da lei internacional», disse.
A Federação Russa enfureceu a Turquia e os seus aliados ocidentais quando recusou interromper a cooperação militar com o regime de Damasco, um aliado que já vem dos tempos soviéticos, apesar de um conflito violento, que os ativistas asseguram que já causou mais de 32 mil mortos, desde que começou em março de 2011.
Os dirigentes russos têm-se recusado a alinhar contra o regime de Damasco e atacam o Ocidente e a Turquia por apoiarem os rebeldes.