Sondagem: extrema-direita seria terceira força nas eleições para o Parlamento Europeu
O Grupo Identidade e Democracia lidera em França com Le Pen, Países Baixos com Wilders e ainda na Áustria. Meloni (do ECR, Conservadores e Reformistas) arrasa Salvini, PPE manteria maioria em Bruxelas.
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O Grupo Identidade e Democracia (ID), de extrema-direita, e o Partido Conservador e Reformista Europeu (ECR), de direita, estão em terceiro e quarto lugar, nas intenções de voto, enquanto os Fratelli d'Italia perdem três lugares e a Aliança Verdes-Esquerda italiana ganha cinco, de acordo com as projeções do Euractiv de meados de janeiro, antes das eleições europeias de junho. Não há, por enquanto (a TSF solicitou) dados relativos a Portugal nesta sondagem do projeto Euractiv.
O grupo ID consolida a sua posição como o terceiro partido mais votado em todos os Estados-Membros, com 12,5% e 93 lugares, o que o tornaria a terceira força do Parlamento.
A extrema-direita surge como a força mais votada em França, com o Rassemblement National de Marine Le Pen, nos Países Baixos, com o PVV de Geert Wilders, e na Áustria, com o FPÖ.
Segundo, o Euractiv (euractiv.com), a ascensão da ID na Europa poderá mudar a liderança dos grupos, uma vez que a França, a Alemanha e os Países Baixos ultrapassaram a Lega italiana como os maiores partidos nacionais, com 27, 21 e 12 lugares, respetivamente.
O partido de Matteo Salvini passa de 22 para 8 eurodeputados, com os Fratelli d'Italia (ECR) de Meloni a absorverem os votos. O ECR, Conservadores e Reformostas Europeu, é o primeiro partido mais votado em Itália, graças aos Fratelli d'Italia de Meloni, apesar de o partido ter caído três lugares em relação às projeções de dezembro.
A maioria de direita no PE, composta por ID, ECR, EPP, Fidesz e Reconquête, em França, prevalece com 367 lugares.
Em declarações à agência EFE, em Roma, no fim de semana, Iratxe García Pérez, presidente do S&D, acusou o PPE de "normalizar" a extrema-direita, com consequências para os cidadãos europeus.
Para além da perigosa ascensão da extrema-direita na Europa, o "fator determinante é a política de alianças após as eleições", porque, embora até agora "as alianças tradicionais das forças pró-europeias tenham sido uma realidade", em 2023 vimos "que o PPE está a abrir as portas e a normalizar a extrema-direita".
Os Conservadores e Reformistas Europeus (ECR) são a quinta força em termos de assentos, com 80 eurodeputados previstos, mas é o quarto grupo em termos de voto popular, com 10,9%, logo acima da Renovação liberal, que obtém 10,3% e 84 assentos - uma queda de 24 assentos desde as eleições de 2019.
Apesar de não ter conseguido chegar às eleições de 2019, as recentes sondagens para o Parlamento Europeu em Itália sugerem que a aliança de esquerda "Allianza Verde Sinistra" conseguirá ultrapassar o limiar dos 4%, atribuindo-lhe cinco lugares: três atribuídos aos Verdes/EFA e dois ao grupo da Esquerda.
Os socialistas italianos, Partido Democrático, mantêm-se estáveis com 17 lugares. O grupo dos socialistas e democratas (S&D) ganha mais um lugar, passando para 143, sendo a força mais votada em quatro países: Suécia, Lituânia, Roménia e Bélgica. O Partido Popular Europeu (PPE) perde um lugar para 178, mas é a força mais votada em nove países: Grécia, Bulgária, Letónia, Finlândia, Polónia, Alemanha, Eslovénia, Croácia e Espanha.
O grupo da Esquerda, que desce para 37 lugares, contra 41 em 2019, é a força mais votada em Chipre e na Irlanda, o que poderá desencadear uma mudança de liderança se o Sinn Féin da Irlanda continuar a subir, uma vez que lhe são agora projetados seis deputados, contra apenas um lugar em 2019. O principal partido do atual grupo é La France Insoumise, que deve conquistar sete lugares. Os Verdes/ALE continuam queda livre com 50 lugares, menos 24 do que em 2019.