O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, expressou hoje a sua gratidão ao Presidente norte-americano, Donald Trump, pelo seu apoio.
Corpo do artigo
Na quarta-feira, Guaidó partilhou a mensagem que Trump escreveu na rede social Twitter a reconhecer oficialmente o líder do parlamento venezuelano como Presidente interino da Venezuela, e endereçou-lhe os seus agradecimentos, em nome de todos os venezuelanos.
1088214645792559104
O líder do Parlamento venezuelano respondeu ainda a vários outros líderes internacionais que lhe declararam apoio, desde Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, a Jair Bolsonaro, presidente do Brasil.
1088225521090158594
1088216850687770624
1088217853826863105
1088221636267003909
1088223916181590017
1088222993808019456
Juan Guaidó autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.
"Levantemos a mão: Hoje, 23 de janeiro, na minha condição de presidente da Assembleia Nacional e perante Deus todo-poderoso e a Constituição, juro assumir as competências do executivo nacional, como Presidente Encarregado da Venezuela, para conseguir o fim da usurpação [da Presidência da República], um Governo de transição e eleições livres", declarou.
O engenheiro mecânico de 35 anos tornou-se rapidamente o rosto da oposição venezuelana ao assumir, a 3 de janeiro, a presidência da Assembleia Nacional, única instituição à margem do regime vigente no país.
Nicolás Maduro iniciou a 10 de janeiro o seu segundo mandato de seis anos como Presidente da Venezuela, após uma vitória eleitoral cuja legitimidade não foi reconhecida nem pela oposição, nem pela maior parte da comunidade internacional.
A 15 de janeiro, numa coluna de opinião publicada no diário norte-americano The Washington Post, Juan Guaidó invocou artigos da Constituição que instam os venezuelanos a rejeitar os regimes que não respeitem os valores democráticos, declarando-se "em condições e disposto a ocupar as funções de Presidente interino com o objetivo de organizar eleições livres e justas".
Além dos Estados Unidos, também a Organização dos Estados Americanos (OEA) e quase toda a América Latina, à exceção de México, Bolívia, Cuba e Rússia -- que se mantêm ao lado de Maduro, que consideram ser o Presidente democraticamente eleito da Venezuela -, já reconheceram Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela.
Por seu lado, a União Europeia defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, sublinhando que "os direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu Presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados" e instando à "abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional".
A Venezuela enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.
Esta crise num país outrora rico, graças às suas reservas de petróleo, está a provocar carências alimentares e de medicamentos.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação deverá atingir 10.000.000% em 2019.