O movimento islamita Hamas, no poder em Gaza, acredita que uma visita do Presidente norte-americano à Faixa de Gaza poderia alterar a visão de Washington sobre o conflito israelo-palestiniano.
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«O Hamas rejeita negociar com Israel, mas não se oporia a uma visita de Obama a Gaza com a esperança de que a atitude dos Estados Unidos mudasse perante a realidade», declarou o presidente do Conselho Legislativo, Aziz Dweik, citado pela agência Maan.
Barack Obama vai visitar a região a 20 de março para fortalecer a amizade entre os Estados Unidos e Israel, segundo Dweik.
«Estamos habituados a que os Estados Unidos vejam a nossa causa de um só ângulo», lamentou o líder islamita, cujo movimento não é reconhecido nem tem relações com a Administração norte-americana.
Em 2006, quando o Hamas venceu as eleições legislativas palestinianas, os Estados Unidos e a União Europeia condicionaram a aceitação do Governo islamita ao fim da violência, ao reconhecimento de Israel e dos acordos de paz firmados até esse momento.
Obama vai reunir-se com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e com o presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, Mahmud Abas, no poder na Cisjordânia.
Obama afirmou na quinta-feira perante um grupo de líderes judaicos que recebeu na Casa Branca que não haverá uma «proposta global de paz» durante esta viagem.
Salah Al Bardawil, porta-voz do Hamas, considerou que a intransigência de Israel é o que impede Obama de avançar com novas iniciativas. A visita, declarou na quarta-feira, é uma «manobra política para ganhar tempo e acalmar a situação».
«Esperamos que Obama seja sério e pressione Israel a aliviar o sofrimento dos palestinianos, o mesmo é dizer que corrija a postura que adotou perante os palestinianos durante o seu primeiro mandato, que foi injusta», concluiu Al Bardawil.